Os desafios de Frederico Varandas (2)

A última semana foi muito interessante no que respeita à observação da vida do Sporting. Apesar de terem ido a jogo com tudo no forcing final da operação financeira que tinham em marcha, os leões não conseguiram chegar à meta dos 30 milhões de euros; e só pode ter ficado surpreendido quem não levou em devida conta os danos profundos provocados ao clube de Alvalade pelo aventureirismo brunista. Fechado este dossier do empréstimo obrigacionista e reposta a normalidade face aos investidores que aguardavam pelo que lhes era devido desde maio, segue-se no roteiro do sobressalto leonino a AG de 15 de dezembro, que decidirá sobre a suspensão de Bruno de Carvalho, um momento que se adivinha tenso e potencialmente fraturante, e que deverá ser gerido com pragmatismo. Como bem lembrava um ex-presidente da MAG do Sporting, Sérgio Abrantes Mendes, essa reunião magna deverá, mais do que para argumentar o que já toda a gente sabe, servir para votar e conhecer a vontade dos sócios. Mas também é bom que ninguém esqueça que está a decorrer uma auditoria forense e, nas linhas e nas entrelinhas das declarações dos atuais dirigentes, tem-se percebido que o orçamente vigente, da responsabilidade da anterior direção, está sumamente inflacionado e apresenta-se insustentável para próximas temporadas. No futebol e não só. O Sporting, nos últimos cinco anos, investiu uma enormidade de dinheiro (será possível que chegue aos nove dígitos?) para ser hegemónico no andebol (que está de parabéns pelo avanço inédito na Europa), no voleibol, no hóquei em patins e no futsal. Quem não se lembra da tentativa de contratação de Ricardinho, já nos estertores do brunismo, por quem seriam pagos cinco milhões de euros?

A pergunta imediata que se deve colocar à equipa de Frederico Varandas é como vai cortar no dinheiro sem perder competitividade? E neste contexto manifestamente apertado, como será possível encontrar espaço para mais uma modalidade que exigirá grande esforço financeiro, o basquetebol?

Oque aconteceu este fim de semana em Buenos Aires vai mudar o futebol e sobre os clubes cairá uma responsabilidade  ainda maior quanto aos atos praticados pelos seus adeptos. Por cá tarda a discussão, aprovação e entrada em vigor da nova lei que tutelará esta matéria. Era para ontem...