O Taarabt da nova vida de Fejsa
Fejsa foi a surpresa. Passou de corpo estranho a titular. Não há Florentino ou Gabriel - desconhece-se o estatuto de um Gedson apto - e a culpa parece mais de Taarabt do que de Samaris, embora a forma do grego ande distante da mostrada na última época.
O marroquino assume sempre o passe vertical e, embora tenha elevada eficácia no gesto, corre naturalmente mais riscos. Ter em campo alguém obcecado com a proteção dos centrais ajuda, em teoria, a maior equilíbrio na transição defensiva. A construção ressente-se da ausência de outra solução que não a distribuição de Taarabt, e Fejsa aparece constantemente atrasado na pressão alta, antes muito bem sincronizada por Gabriel e Florentino, mas Samaris sente-se melhor mais à frente, logo o posicionamento mais baixo e fixo garante ao sérvio uma espécie de nova vida. A prazo.
Se atrás, o treinador do Benfica terá resolvido temporariamente a equação, perto do golo continua a faltar eficácia a Seferovic, que ainda vive dos rendimentos do ano passado. Diante do Gil Vicente, a química com De Tomas voltou a baixar. As lesões retiraram opções a Lage, mas poderá chegar em breve o dia em que o coletivo não conseguirá sobreviver ao desperdício. Terá antes disso o espanhol uma oportunidade como 9, com Jota como segundo avançado?
P.S. Excelente arranque do Famalicão. Bom mercado - com a inteligente aposta num Fábio Martins que ainda procura a regularidade que o tornará num dos melhores por cá -, entusiasmante apoio popular e competência no treino tornaram sólido um grupo feito quase de raiz. Também a qualidade começa a trazer resultados a Guimarães, que reuniu excelente equipa para o projeto de Ivo Vieira. Já o provável efeito placebo de Sá Pinto perde efeito em Braga, embora a Liga Europa seja por enquanto atenuante.