O regresso de Laporta ao Barcelona

OPINIÃO08.03.202106:00

Laporta ganhou tudo no futebol, basquebol, andebol e hóquei em patins. Mas o seu maior mérito foi ter derrotado os ‘Boixos Nois’

J OAN LAPORTA, indicam as sondagens (a TV3 dava-lhe 58,3%), vai voltar à presidência do Barcelona. Laporta liderou o clube entre 2003 e 2010, com assinalável mérito desportivo, levando os culés a conquistas europeias em futebol, basquetebol, andebol e hóquei em patins. Foram anos mágicos, torpedeados na fase final pela cultura de intriga que mina e fragiliza ciclicamente o clube fundado pelo suíço Joan Gamper. De Laporta, recordo uma gaffe que lhe evitei numa receção na embaixada de Espanha em Lisboa, antes de um Benfica-Barcelona. O presidente do Barça ia menosprezar o penta europeu do Real Madrid, «conseguido quando a televisão era a preto e branco», ao que eu o lembrei que o Benfica, que ia defrontar e com quem tinha boas relações «também fora bicampeão europeu a preto e branco...» Agradeceu-me e evitou a deselegância que, por distração, ia cometer.
Mas o que mais difícil teve a presidência de Joan Laporta, não passou pela quatro Ligas nem pelas duas Champions, ou o Mundial de clubes. Complicado mesmo foi acabar com a claque dos Boixos Nois, que espalhavam o terror por onde iam e mantinham, historicamente, as direções do Barcelona sob coação permanente. Foi Laporta que lhes disse não, foi Laporta que teve de andar com segurança pessoal e foi Laporta que teve a família ameaçada de morte.  
Eu vi, ninguém me contou, o ataque dos Boixos Nois ao autocarro do Real Madrid, à chegada de Camp Nou, no dia do regresso de Luís Figo a Barcelona. Foi uma coisa fulminante e selvagem, um ato de guerrilha urbana entre os ‘comandos’ da claque do Barcelona e os Mossos de Esquadra, que não foram nada meigos e evitaram males maiores ao Real.
Sanear as bancadas de Camp Nou de quem nelas não merecia ter assento, foi o maior mérito da presidência de Laporta.

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