O melhor Benfica no contexto ideal
Veríssimo está em alta ligeira, mas é preciso olhar para os outros momentos da época
OBenfica ganhou o dérbi e ganhou-o bem, e a melhor conclusão que de tal se pode retirar é que, infelizmente para as águias, um candidato ao título não pode passar uma época inteira em bloco baixo, a anular adversários e com pouca necessidade de criar em abundância. O rosto de contenção é válido, no limite, para dérbis e clássicos - e nem sempre funciona, como se provou durante a época e com dois treinadores diferentes - e para a Liga dos Campeões. Os encarnados, que defenderam muitas vezes numa linha de seis, graças ao apoio dos extremos Diogo Gonçalves e Everton, e acabaram com os mais defensivos André Almeida e Gil Dias, que curiosamente até marcou o segundo golo, no seu lugar, sempre pareceram a equipa mais confortável em campo. Veríssimo foi inteligente em não baixar imediatamente o bloco, marcou primeiro numa jogada em que o conjunto é atualmente muito forte - a explosão de Darwin nas costas das defesas - e para a qual o Sporting deveria estar mais do que avisado, e decidiu depois juntar-se em torno da área para absorver a resposta contrária. Competente a defender, o Benfica criou depois o suficiente para vencer, enquanto que os leões se mostraram quase sempre impotentes para incomodar Vlachodimos, a não ser no cabeceamento de Sarabia à trave. O resultado deixa o FC Porto muito perto da festa, que pode agora eclodir a qualquer momento, e esvazia um pouco o Sporting para a montanha que terá de escalar na meia-final da Taça no Dragão.
Veríssimo, por sua vez, acaba em alta ligeira depois da boa imagem na Champions e ainda pode melhorá-la no clássico com o FC Porto, porém é preciso ler para lá dos últimos resultados e olhar sobretudo para o momento em que era necessário criar a rotura com o passado ou, pelo menos, fortalecer a ideia em que tem de se assentar um candidato.