O futebol despede-se de um ‘príncipe’...
Fernando Pedrosa era a prova provada de que é possível andar no dirigismo desportivo com retidão, honra e lisura. Descanse em paz
C OM o desaparecimento de Fernando Pedrosa, aos 91 anos, o futebol perde quem soube sempre prestigiá-lo, e o Vitória de Setúbal despede-se do presidente que fez dos sadinos uma potência do desporto nacional. Em todas as circunstâncias, Fernando Pedrosa soube portar-se como o grande Senhor que era, uma estirpe infelizmente em vias de extinção nos dias que correm.
Em 2020, um mês antes de irmos para confinamento, através do seu particular amigo José Eugénio Dias Ferreira, combinámos uma Quinta da Bola com a sua presença senatorial, onde estariam também Vítor Serpa e Fernando Seara. A pandemia cortou-nos as vazas e já não tivemos oportunidade de promover uma aparição pública que revelaria, por certo, às gerações mais novas, como é possível compatibilizar o dirigismo desportivo com a retidão e a lisura. À família enlutada e ao Vitória de Setúbal, as minhas sentidas condolências.
E M Famalicão foi aplicada uma prática já vista noutros estádios, e uma criança que vestia uma camisola do Benfica foi obrigada a tirá-la, ficando em tronco nu, para poder continuar a assistir ao jogo na bancada da equipa da casa. O secretário de Estado do Desporto e o Presidente da Liga, de forma muito apropriada, não calaram a sua indignação. Mas é preciso fazer mais, e um e o outro têm meios para impedir que esta aberração se repita, não importa qual o recinto, muito menos importa quais os clubes.
Há passos que por falta de coragem ainda não foram dados, no sentido de banir uma cultura sectária, que radicaliza as relações entre clubes e serve de guião inquinado a muitos adeptos. Como é que pode fazer parte do roteiro de recuperação do futebol da Liga o regresso das famílias aos estádios, quando são oficializados procedimentos como este?
Éverdade que o estado de graça em que a equipa de Roger Schmidt continua a viver ajuda, mas mesmo assim Rui Costa foi corajoso ao dar a cara, explicando detalhadamente as opções tomadas pelo Benfica no mercado. Uma frase do maestro merece especial atenção: «Há 29 jogadores a menos na nossa folha salarial.» Não era um plantel, era uma multidão.
ÁS – ARTUR JORGE
Impressionante a limpeza com que o SC Braga se desembaraça dos adversários, num arranque de época que promete mundos e fundos aos arsenalistas. Claramente, os guerreiros estão num patamar competitivo de classe média europeia, e confirmam uma verdade do século XXI: o SC Braga é o quarto grande do nosso futebol.
ÁS – RÚBEN AMORIM
Para além de ter deixado o nome ligado à primeira vitória do Sporting na Alemanha (segunda parte de grande nível!), Amorim voltou a sentir que tem a máquina verde e branca controlada, graças a um processo de reinvenção que lhe permitiu encontrar soluções onde parecia só haver problemas. O pior parece já ter ficado para trás.
ÁS – RUI COSTA
Foi um fim de semana em cheio para o presidente do Benfica que viu, para lá do futebol, o seu clube conquistar as Supertaças de hóquei em patins, frente ao FC Porto, e de andebol, contra o Sporting, modalidades onde os encarnados não têm tido a liderança nacional. Parece haver na Luz uma nova cultura de exigência.