O Esquecido

OPINIÃO05.08.202206:30

Como presidente da Liga, Proença deve repreender os seus eleitores quando preciso

PEDRO PROENÇA brindou-nos com  profissionalização da Comissão de Instrutores da Liga (de acordo mas não vai resolver o problema), que os recursos (das decisões disciplinares) deviam acabar e que o TAD não devia existir. Enjeitou ainda que os problemas no futebol não são culpa deste nem da Liga mas da arquitetura que os políticos desenharam. Falou como se o futebol nunca tivesse utilizado a política e vice-versa. O pau mandado das SAD’s deve saber que o recurso constitui garantia imutável no procedimento disciplinar  e que as entidades que defende deviam ter vergonha ao usar o TAD como expediente para casos como o de Palhinha ou da porradaria no Dragão. Não sou o maior fã do TAD mas sei reconhecer que o problema reside nos que a ele recorrem e na forma intencionalmente desvirtuada como o fazem. Pessoalmente, Proença é livre de pensar o que quiser mas como presidente da Liga deve repreender os seus eleitores sempre que necessário (Tebas fá-lo sem medo com Pérez e Laporta) e impor as alterações essenciais para que o adepto acredite no produto . Senão, demita-se! Não me agrada recordar, por exemplo, a forma como se candidatou inicialmente à Liga com jogos nos bastidores e promovido por alguns clubes. Ou que a sua carreira de ex-árbitro começou a ter relevância através dos principais visados no maior escândalo de corrupção no futebol luso. Tornaram-se eternas as conversas entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa para nomear Proença em determinados jogos ou quando Pinto de Sousa decidiu caracterizar a um ex-presidente do Gondomar o seu brio profissional: «Assumidamente benfiquista mas acabava sempre por prejudicar o clube da Luz.» Proença tinha conhecimento do passado e pactuou? Quero acreditar que não. Mas beneficiou disso. E dificilmente vai mudar este livre pensamento bem como a imagem que passou quando testemunhou em tribunal que arbitrar no Norte «era diferente» no âmbito do processo Apito Dourado. Proença serve os interesses dos prevaricadores.