O dedo na ferida
O lance em que um jogador do City pisou o guarda-redes do FCP (que originou posterior falta de Pepe e grande penalidade) foi erro que mudou o jogo. O FCP estava em vantagem no marcador e a realizar excelente exibição. A partir daí a verdade desportiva saiu do campo.
Sobre esse lance, Mourinho foi muito duro com o VAR e com a errada decisão que alterou tudo. Tecnologia que não permite acertar precisa de ser reformada.
Os calendários têm enorme densidade competitiva que implica consequências. Os jogos sucedem-se, sem tempo para recuperação completa e lesões, depressões, perdas de confiança podem surgir.
Kevin De Bruyne, médio do City, afirmou que nos últimos dois anos tem jogado sem parar, lamentando que ninguém escute os jogadores, os protagonistas. Dirigentes dão grandes entrevistas, gerem os clubes com ganhos consideráveis (ou não) e sem risco de lesão. Os treinadores e equipas técnicas são obrigados a trabalho intenso, a escalar o melhor onze possível, pensando jogo a jogo, sem tempo para afinações indispensáveis. Em caso de resultados menos felizes acabam responsabilizados, porque são o elo mais fraco. Os próprios adeptos descarregam nos treinadores, mesmo desconhecendo as realidades, colocando-os numa posição de fragilidade. A incorreta grande penalidade contra o FCP permitiu ao City empatar e passar de uma fase insegura para outra mais confiante que o levou à vitória, deixando marcas de injustiça. São essas falhas que se transformam em furacões destrutivos.
FCP SAD
A pandemia fazia antever resultado negativo, embora existam condições para o clube sair do fair-play financeiro da UEFA em junho, com possibilidade de reduzir o prejuízo acumulado. Surgiram quebras de receitas em diversas áreas (transferências de jogadores, televisão, bilhética, merchandising e patrocínios), impedindo plano de reajustamento. As alterações que a UEFA aprovou para o fair-play financeiro, são essenciais: os exercícios da SAD de 2020 e 2021 são avaliados como um único período. Assim, em 2020/2021 a SAD terá de alcançar melhores níveis de faturação. Se os campeonatos não voltarem a parar e com o regresso dos adeptos é possível obter lucros na ordem de vários milhões de euros no próximo exercício, com a expectativa de chegar aos oitavos de final e ainda com mais transferências que permitam encaixe financeiro avultado. Mas expectativas são previsões e o FCP tem de alicerçar realidades e estratégias de antecipação para reforçar a equipa, de forma oportuna e criando mais-valias imprescindíveis. Além disso, com tempo suficiente para uma integração eficaz, num plantel com qualidade e soluções diversificadas.
Champions
Na segunda jornada da Champions, o FCP recebeu e venceu por 2-0 o Olympiakos. Equipa em processo de adaptação, para aperfeiçoar organização defensiva e transição ofensiva. Jogo com lances de perigo, procurando fechar espaços ao adversário, Marchesín seguro e atento. Ainda há pouco tempo, jogadores titulares do clube andavam por campeonatos inferiores… Sérgio Conceição, durante o jogo, alterou e melhorou. Os 3750 adeptos no estádio foram muito importantes para a vitória, cumpriram as regras sanitárias, num jogo teste-piloto: um excelente exemplo! Com esse apoio, o FCP sentiu-se mais tranquilo, em casa.
FCP organizado, unido, seguro, taticamente eficaz e controlando o jogo venceu o Marselha por 3-0, reforçando o segundo lugar no grupo C da Champions, num jogo decisivo para o reencontro com a sua identidade. Equipa coesa e com Corona a acrescentar arte à vitória.
O silêncio ajuda a crescer
Há jogadores internacionais que se atraem por criar provocações. Desta vez, um internacional português entrou no processo eleitoral do seu SLB. Além de imaturidade, revela talento quando mantém a boca fechada. Como profissional e influenciador dos mais jovens, seria melhor usar o silêncio e falar apenas com dribles, receções, golos e assistências fantásticas. Recomenda-se que jogue como bem sabe e se deixe de repentes inesperados para essa escrita. Fazer afirmações, nas redes sociais, sobre situações desprestigiantes para as eleições do SLB, foi leviandade que nunca se deve ter e que os desportistas não toleram, seja qual for o clube.
Sobre essas eleições, bastava desejar boa sorte, ou nada publicar. Tente informar-se antes de emitir opiniões. Os ídolos devem ter presente que o que dizem e fazem tem grande influência nos jovens: nunca se esqueça disso, porque com essas atitudes quem cai no esquecimento é o próprio, porque não soube deixar exemplos importantes. Bernardo calado, tinha acertado.
A nossa Liga
O Campeonato, com 6 jornadas, está na fase de arranque mas já apresenta liderança dos clubes habituais. No jogo do FCP, em Paços de Ferreira, aconteceu uma noite NÃO! Há sempre um dia em que nada corre como pensado. Jogadores bloqueados, a sofrer golo muito cedo, sem reduzir espaços aos adversários, sem resposta imediata, sem tempo de recuperação entre jogos, falhando muitos passes, sem ligação nem garra, ritmo lento, apático, equipa indecisa, desligada, sem confiança nem Pepe, com ténues respostas sem continuidade, perante um adversário que lutou bastante e encontrou facilidades improváveis. O adversário, motivado, aproveitou para revelar a sua competência. O FCP tem de aprender com os erros (reforços em cima da hora são lotaria!) e concentrar-se no próximo jogo, unindo com maior determinação um coletivo que tem competência para fazer muito melhor: é o campeão nacional em título! Esse melhor acabou mesmo por surgir, como se desejava, contra o Marselha, no Dragão. Várias equipas, envolvidas em competições em simultâneo, apresentaram sintomas de anormalidade de resultados, pela carga competitiva exigida sem recuperações completas. Desta vez, o Boavista estreou-se a ganhar com um jogo fantástico, imparável, por 3-0, ao líder SLB. A tarefa diária de um treinador é identificar as falhas, corrigi-las e criar dinâmicas eficazes. Adeptos não devem perder a memória do que se tem conseguido nos últimos anos e contribuir para não voltar a acontecer outro jogo assim, apoiando sempre.
A pandemia tem de ser encarada também como um enorme desafio, com uma inovadora visão do negócio do futebol, alicerçada em contas mais favoráveis, sem défices muito elevados e uma gestão financeira mais ajustada aos sinais dos tempos, evitando dependências de futuros incertos. Além da centralização dos direitos televisivos, um passo de gigante para a valorização do nosso futebol, será prioridade conseguir alicerçar o FCP como marca com prestígio internacional, organização reconhecida e diversificando opções financeiras.