O boxe nos Jogos Olímpicos

OPINIÃO28.06.202306:30

Federação Internacional de Boxe está desacreditada por repetidos escândalos

O Comité Olímpico Internacional (COI) confirmou no passado dia 22 de junho a retirada do reconhecimento à Federação Internacional de Boxe (IBA), apesar de ter mantido a modalidade no programa dos Jogos Olímpicos Paris-2024 e Los Angeles-2028. A decisão veio no seguimento de uma recomendação da comissão executiva do organismo, baseada no Relatório do COI sobre a situação da IBA de 2 de junho de 2023, a qual foi impugnada pela IBA junto do Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne (TAS). Por sua vez, este Tribunal não decretou uma providência cautelar requerida pela IBA com vista à suspensão dos efeitos desta decisão.

O referido relatório estabelece que a IBA não cumpriu as condições estabelecidas pelo COI na sua decisão comunicada em 9 de dezembro de 2021 - que não foi contestada - para levantar a suspensão do reconhecimento da IBA. Em suma, considera que a IBA não cumpre as condições para que lhe seja levantada a suspensão, mas também que entrou em conflito direto e de intimidação com o COI, que tem organizado por si próprio os torneios olímpicos, quer em Tóquio-2020, quer o próximo, de Paris-2024.

A IBA está desacreditada por repetidos escândalos de arbitragem, corrupção e dívidas - e também por ter um antigo líder ligado ao crime organizado no Uzbequistão -, apesar dos esforços de reforma prometidos pelo novo presidente, russo, eleito em 2020.

Também a dependência financeira da Gazprom, empresa russa que atua no setor da energia, tornou-se mais problemática no contexto da guerra na Ucrânia. Por outro lado, uma nova federação internacional da modalidade, a World Boxing, começa a ganhar fôlego para se assumir definitivamente enquanto agregadora das federações nacionais de boxe.