O arranque
1 - O arranque da nossa seleção na segunda edição da Liga das Nações foi digno do campeão em título. A equipa de Fernando Santos dominou claramente a Croácia. Portugal teve momentos deliciosos, instantes artísticos e evidenciou um coletivo que seduz. Sem Cristiano Ronaldo a nossa seleção mostrou que devemos acreditar. E com ele ainda devemos acreditar mais. E aquela alegria sentida nos momentos dos golos, como os do Diogo Jota ou do João Félix, é marcante. Há comunhão e há fraternidade. E neste arranque de dois anos de relevantes competições internacionais de futebol a vitória de ontem foi bem estimulante. Do Porto e desta Liga até ao Europeu de 2021 é um instante. E depois, com um calendário específico, será o caminho para o Mundial do Catar. Depois do jogo frente à Suécia na próxima terça-feira é o arranque oficial dos jogos dos clubes. E com o Benfica de Jorge Jesus a ganhar e a mostrar, desde já, o dedo de Jorge Jesus. Ontem frente a um Rennes europeu. E um arranque vitorioso e saboroso como o da nossa seleção ontem faz bem. Dá ânimo. Suscita alegria . Só faltámos nós, os fiéis adeptos. De todos os momentos. E das ultimas finais conquistadas.
2 - Com o jogo de ontem no Dragão, arrancou o percurso da nossa seleção nacional nesta segunda edição da Liga das Nações e, igualmente, rumo a uma nova presença consecutiva num Mundial de Futebol, agora o Mundial do Catar. De 2020 a 2022 é um pequeno salto. Sabemos que vamos viver, salvo se circunstâncias bem extraordinárias o determinarem, sérios constrangimentos na habitual normalidade nas e das competições desportivas, sejam as de nível interno sejam as de nível internacional. E, aqui, e para além de uma emergente sanção desportiva de derrota no caso de um certo número de jogadores/praticantes num determinado clube com resultados positivos de Covid-19, temos uma relevante alteração dos calendários desportivos . As competições internas começam mais tarde, as competições europeias de clubes de grupos só arrancam a meio de outubro (ai a segunda vaga…) e as competições internacionais ao nível de seleções arrancaram esta semana, pelo menos no espaço europeu. Ontem no Dragão e terça-feira na Suécia foi e será o regresso da seleção de Portugal, vencedora da primeira edição desta criativa Liga das Nações. Aqui nascida, aqui concebida e aqui conquistada! Por sinal também no Porto e no Dragão. Mas o que já vimos é que a Espanha empatou mesmo no derradeiro instante na Alemanha e a Itália, na sexta-feira, não ultrapassou a solidária Bósnia. E hoje temos um Suíça-Alemanha com dois jogadores do Benfica de cada um dos lados… O que é interessante, neste arranque quente de setembro, é que as seleções nacionais na generalidade dos casos, arrancaram, pela primeira vez, antes das competições oficiais de clubes, o que significa que os minutos dados nas seleções não podem ser ignorados pelos treinadores dos clubes. Jorge Jesus sabe que os selecionadores de Portugal, e aqui incluindo Rui Jorge nos sub-21, da Bélgica, da Suíça e da Alemanha, em situações concretas bem diferentes, tiveram ao seu dispor, e pelo menos dez dias, importantes jogadores do Benfica. Que não atuaram nos dois jogos de preparação que Jorge Jesus realizou contra o Braga e o Rennes. E onde já tirou, acredito, algumas conclusões . Ou seja certas convicções geraram conclusões . E não é preciso ser oito … para o entender! Mas todos os jogadores das e nas seleções poderão ser determinantes para uma quase que final europeia, o jogo frente ao PAOK de Abel Ferreira, e numa cidade em que o fervor pelo clube é total e em que mesmo não havendo público naquele emblemático Estádio haverá paixão e muito barulho - e não só… - no acesso ao Estádio e ao seu redor! A cidade de Salónica, importante porto de mar e privilegiado local de encontros entre cristãos e muçulmanos, entre a verdadeira Grécia e a proclamada grande Macedónia, vibra, com uma intensidade que impressiona, com o futebol e com o clube, o PAOK, que é uma das expressões da sua identidade e da sua autonomia. O arranque da Liga das Nações aí está. Mas já a seguir, e antes do pontapé de saída da Liga NOS, temos as quase que finais que Benfica, Sporting e Rio Ave têm de disputar para concretizarem o atrativo acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Mas também já aí está o mercado de transferências. Apesar da pandemia há já largos milhões a circular. Entre Portugal e Espanha, entre França e Espanha, entre Portugal e Inglaterra, entre Portugal e os Países Baixos, por exemplo. E, aqui, e sem entrar em nomes bem concretos, há números que impressionam e comparações que, de imediato, fazemos. Num imediatismo que nos leva do bem razoável ao não é possível! Mas o tempo das comparações lá chegará. Depois do tempo das compras, começará a haver, tendo em conta os momentos finais dos períodos de transferências, o momento das vendas. E, depois, ou o saldo é bem positivo ou, então, a dívida pode galopar! Mesmo que haja, aqui, um fundo de resolução que se chama - permita-se a ousadia! - antecipação de receitas televisivas! Mas aqui com a UEFA e o seu fair-play financeiro, qual troika, a acompanhar e a sinalizar.
3 - O ranking de Portugal na UEFA está a tornar a nossa Liga Portugal uma Liga atrativa. Bem atrativa! Importa perceber as participações sociais, diretas e indiretas, as alianças reais e as parcerias estruturais de algumas SAD´s ou, até, e ainda, de resistentes sociedades unipessoais (detidas exclusivamente pelos respetivos clubes fundadores) com relevantes realidades desportivas ou instituições financeiras com especiais relações com fundos desportivos. Seja na Liga NOS, seja na segunda Liga - seja, em crescendo, nas principais competições organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol - encontramos sinais, uns claros e outros em fase de efetiva promessa, de envolvimento de clubes europeus e, até, de fundos desportivos não europeus no nosso futebol! Boavista e Farense serão, para já, as novidades do momento, sem esquecermos as realidades assumidas do Famalicão ou do Feirense , do Santa Clara ou do Cova da Piedade, entre outro(a)s. A Liga Portugal, e também, a nossa Federação, devem acompanhar estas novas realidades, estas parcerias, estas alianças, estas formas de cooperação desportiva que estão a fazer chegar a Portugal jogadores de diversas origens, uns no final da sua importante vida desportiva e outros no dealbar de uma desejada carreira dita fulgurante. Se olharmos para as chegadas a alguns plantéis vemos nomes que já foram sonantes e vemos jovens cujo valor se espera que rapidamente se multiplique na nossa Liga. E, no meio, vemos sair jogadores portugueses que, no estrangeiro, distante ou próximo, vão mostrar a sua qualidade e mostrar o indiscutível valor das nossas Academias. Seja a do Seixal ou já a do Braga, a do Sporting ou também a do Guimarães, do Olival ou ainda a do Rio Ave. E tendo todos muita pena, verdadeira pena, que, por exemplo, os jovens do Desportivo das Aves não tenham sido acarinhados nos últimos meses. Havia ali talento, e muito mesmo! O que importa evidenciar é esta procura da Liga Portugal. Tendo presente o nosso sexto lugar no ranking da UEFA! Mas importa criar as condições regulamentares para que as alianças tenham regras, as parcerias condições e as participações nas SAD’s sejam efetivamente controladas. Por vezes é necessário, mas urgente, prever para prover! Necessário e urgente logo no arranque!