Novas alterações às regras?
No passado dia 22, decorreu - em Glasgow - mais uma reunião de trabalho do Internacional Board. No evento, liderado por Ian Maxwell (CEO da federação escocesa), discutiram-se vários assuntos. Os mais relevantes relativos ao feedback (positivo) das alterações às leis implementadas esta época e as possíveis propostas a apresentar para 2019/2020. A decisão final só será conhecida na próxima reunião técnica anual do IFAB, que terá lugar na Escócia, a 2 de março.
Ainda assim, é relevante dar aqui nota de algumas recomendações apresentadas, muitas decorrentes de experiências em curso, que caso aprovadas, podem passar a constar do texto da lei:
- Alterações ligeiras ao procedimento da chamada bola ao solo (não especificada no texto);
- Possibilidade de, na execução de pontapés de penálti, os guarda-redes poderem ter apenas um dos pés sobre a linha de baliza (e não os dois, como até à data);
- Jogadores substituídos passarem a deixar o terreno de jogo pela linha mais próxima do local onde estão (e não, opcionalmente, pela linha de meio campo, como hoje). A ideia é evitar perdas de tempo;
- Exibição de cartões amarelos e vermelhos a elementos oficiais das equipas, se culpados de conduta antidesportiva ou comportamento irresponsável (até aqui, são apenas avisados ou considerados expulsos);
- Aquando da execução de um pontapé de baliza, deixar de ser necessário que a bola saia, por completo, da área de baliza (vulgo grande área) para que entre em jogo, como atualmente acontece. É outro dos subterfúgios para perder tempo;
- Alteração relativa às barreiras em pontapés livres a favor da equipa que defende, no interior da sua área de baliza (proposta ainda não clarificada pelo IFAB).
Nota ainda para outras conclusões interessantes:
- O sistema alternativo de execução de pontapés a partir da marca de penálti (conhecido como ABBA) - testado até aqui nalgumas competições - não recolheu forte entusiasmo, por ser de implementação prática complexa e de justiça/equidade duvidosas. Não foi recomendado como alteração a efetuar.
- As mãos deliberadas continuam a ser uma das maiores dores de cabeça do futebol.
Concluiu-se que é necessário detalhar, cada vez mais e melhor, as infrações cometidas dessa forma. Mas ficou claro que há lances até aqui tidos como de não punição que devem ser reavaliados, porque são tidos como injustos pelo mundo do futebol. Têm aquilo a que se chama relação causa/efeito. Exemplos:
- Bola que entra na baliza adversária depois de tocada, em último lugar, pela mão/braço do atacante;
- Bola que tocou na mão/braço do atacante, permitindo-lhe depois marcar ou criar clara oportunidade de golo (será que o futebol espera que seja marcado um golo assim, ainda que inadvertidamente?).
Por último, considerou-se que o VAR é tecnologia de sucesso e que irá integrar novas competições (todas são obrigadas a obedecer ao mesmo protocolo) e sublinhou-se a importância do fairplay, onde ainda há margem de evolução: devem ser implementadas ações concretas relativamente aos atacantes que criem dificuldades às barreiras defensivas (nos pontapés livres) e concretizadas outras ações tendentes a tornar o espírito do jogo mais justo.
No dia 2 de março saber-se-á o que vai valer... a partir de 1 de junho de 2019.