Nem sempre o que parece é!
As equipas principais dos clubes e selecções são, sem qualquer dúvida, os motores de toda a máquina do futebol. O seu sucesso é fundamental para que toda a estrutura tenha condições para se desenvolver. Não só sob o ponto de vista económico e financeiro, mas igualmente na vertente desportiva. Essa estrutura significa o futuro desse mesmo clube, ou federação, e dessa forma o crescimento do futebol nesse País.
É bem verdade que a maioria dos adeptos analisam de forma diferente a gestão de um clube ou federação. A importância da equipa principal sobrepõe-se a tudo o resto. Contudo, existe toda uma estrutura, bem sei que diferente num clube ou numa federação, para suportar a equipa AA. No caso português, a FPF organiza 35 competições, não incluindo as competições profissionais, responsabilidade da Liga, tem 21 selecções nacionais em actividade, que disputam cerca de 200 jogos por época, cerca de 1900 clubes activos, 200.000 jogadores inscritos, 16.500 dirigentes, 7400 treinadores, 5100 árbitros, e organiza 9000 jogos por época. Como se percebe a gestão desta grande organização, e estes dados são apenas um exemplo, exige esforço, empenho e competência. Se a isto juntarmos as 22 Associações Distritais, que organizam também elas as suas próprias competições, chegamos a um número de mais de 122.500 jogos por época, 336 jogos por dia em 2017/18. Ainda há torneios de observação e deteção de talentos durante as épocas.
Todos nós vemos as equipas principais, mas a maioria nunca se apercebeu de tantos que trabalham em todos os outros escalões para se atingir o sucesso na equipa sénior. Para reforçar, é importante perceber que poucos praticantes chegam a assinar contrato de trabalho. Dados da FIFA indicam que 1 em cada 5000 jogadores registados atingem esse nível. O futebol de alto nível está suportado numa base que ainda é muito desconhecida, e muito menos reconhecida.