Não passam de parasitas do futebol

OPINIÃO15.08.202206:30

Quem procura explicar o fenómeno do ‘hooliganismo’ em Portugal através das cores dos clubes está muito enganado...

O S incidentes de Guimarães, antes, durante e depois do jogo do Vitória com o Hajduk Split, não podem cair em saco roto, ou, pior ainda, afundarem-se nas profundezas de uma qualquer comissão de inquérito que adie as conclusões para as calendas. As forças da ordem, ao não evitarem o ataque ao centro histórico da cidade-berço, mostraram preocupante falta de capacidade, e as ações posteriormente desenvolvidas tiveram mais de vontade de ver os hooligans croatas pelas costas do que outra coisa qualquer. 

Nesta matéria, há algumas dimensões que importa relevar, assumindo, desde já, que não sou favorável ao fim das claques, que, desde que extirpadas dos corpos malignos, têm um contributo positivo a dar à paixão pelo jogo.

Porém, há franjas desses grupos organizados de adeptos que existem apenas para lançar o caos, parasitando o futebol, dele se servindo para encobrirem ações violentas e premeditadas. As claques não podem ser refúgio de marginais, que acabam por sujar o nome dos clubes a que, alegadamente, dizem pertencer. 

E nem vale sequer a pena iniciar qualquer discussão sobre a possibilidade de uns serem piores do que os outros, como a clubite acéfala muitas vezes quer fazer crer: são farinha do mesmo saco, vistam de vermelho, azul ou verde, muitos pertencem, até, em simultâneo, a mais do que uma claque, porque, na verdade, o clube deles é a confusão e a violência. Fazer de conta que este problema não existe, ou apenas falar dele quando alguém morre, seja por atropelamento ou arma branca, ou quando uma academia é invadida, é ser conivente com quem está a usar e abusar do futebol.

Segundo as autoridades, «os demais [adeptos do Hajduk] contaram com o apoio de membros de claques associadas a clubes portugueses para a organização das suas deslocações e estadia». Trata-se de uma prática corrente, um turismo para hooligans, que são visita de casa uns dos outros e participam, para acrescentarem ao currículo, em ações violentas noutros países. Pela proximidade ao Hajduk Split, haveria sobretudo hooligans dos No Name Boys infiltrados? Tudo leva a crer que sim. Mas quem não perceber a vastidão do problema e apenas vir a árvore, olvidando a floresta, mesmo que não seja parvo, quer fazer os outros de parvos… 


ÁS – FREDERICO VARANDAS 

O presidente leonino honrou a história do Sporting ao marcar presença na missa de corpo presente de Chalana, na Basílica da Estrela. Tratou-se de um ato urbano e humano, que devia ser a norma, e que acabou por ter o efeito, no contexto em que vivemos, de uma pedrada no charco contra a intolerância...
 

DUQUE – LUÍS MAXIMIANO 

Estreia desastrada na Serie A, marcada por uma expulsão rocambolesca. A precipitação de ter recolhido a bola, com as mãos, fora da grande área, ia custando caro à Lazio, que ainda foi a tempo de dar a volta ao jogo com o Bolonha. A ver vamos se Sarri, cumprido o castigo, vai confirmar a confiança em Max. Para já, um início laziale agitado.
 

DUQUE – TUCHEL/CONTE

Os treinadores de Chelsea e Tottenham ‘pegaram-se’ e foram expulsos no dérbi londrino. Nos próximos dias será conhecida a sanção aplicada a ambos e tenho a certeza de que não será nem compreensiva, nem meiga. ‘Dura lex, sed lex’, especialmente para quem tem por obrigação dar bons exemplos ao futebol...