Mais do que 109

De uma cabeçada (sem bola) nasceu o Maior Goleador de Toda a História do Futebol

RONALDO já era, então, jogador apaixonante nos seus frenesins - mas ainda não era o que já era quando Rio Ferdinand o pôs (e ao seu futuro...) polvilhado de poesia, assim:
- Quando Cristiano chegou ao Manchester era como um pónei a exibir-se. Queria driblar, só driblar - mostrar aos adeptos como era bom, colocar toda a gente aos seus pés. Quando se deu conta de que, desse modo, acabaria como um produto de exposição apenas e que, para ser o melhor jogador do mundo, teria de marcar muitos golos e ter importância em todos os jogos, passou a esforçar-se para ser esse homem, a sua grandeza…
Essa transformação saiu-lhe do caráter que se sabe que CR tem, mas saiu-lhe também dum golpe num jogo com o Porthsmouth (por 2008): cansado de sofrer entradas ríspidas e faltas rudes de Hughes, esquentou-se - e deu-lhe uma cabeçada. Punido com três jogos, Ferguson atirou-o para o gabinete de René Meulensteen (que Carrington estava como «Especialista no Treino de Desenvolvimento de Competências»)  - e uma das primeiras coisas que ouviu foi:
- Tens de aprender a jogar futebol como Bjorn Borg jogava ténis: frio!
Recebeu vídeos com imagens de Muhammad Ali, de Pelé, de Cruyff  (por entre citações sobre boa vontade, espírito de sacrifício, fé,  empolgamento..) - e para o fazer goleador mais ávido e certeiro (e de instinto mais assassino), Meulensteen começou por espicaçar-lhe o ego, usando «três armas » em três palavras estratégicas: «acusação», «provocação» e «desafio» - juntando-lhe, depois, em treino de campo, uma baliza dividida por cores (e o cérebro nos pés...)
Continuando a trucidar defesas, a enredá-los nas suas fintas, CR não tardou a tornar-se (goleador & mais), o que Tostão percebeu (num ápice):  
- … é o jogador com melhor técnica para finalizar de todos os tempos
e, contra a França, não se limitou a igualar Ali Daei - vincou, na sua imortalidade, que é ainda mais que isso: o Maior Goleador de Toda a História do Futebol!