Machos
1. A Liga portuguesa está na cauda da Europa em termos de tempo médio de jogo efetivo, mas a discussão tem sido feita ao contrário. Mais do que a quantidade, importa a qualidade, caso contrário os jogos com prolongamento seriam sempre os melhores. O importante é que o que se joga seja bom. Perguntem a um adepto de álcool se prefere meio copo de cerveja ou um copo cheio de água.
2. Penálti não assinalado de Felipe sobre Nakajima: quem não consegue distinguir entre um leitão de Negrais e um frango da Guia dificilmente tem lugar num campo de futebol e seguramente que não pode estar numa sala de VAR. O que está em causa, com o que temos visto, além da verdade desportiva, é a descredibilização da arbitragem portuguesa e de uma ferramenta que custa milhões e que deveria apontar para o futuro. Há questões que são meramente do campo da competência (ou falta dela, neste caso) e não há maquilhagem estatística que possa disfarçar isso.
3. A minha mulher às vezes vai ao guarda-roupa e diz-me. «Adoro estes sapatos, tenho de usá-los mais.» E no dia seguinte compra outros. Não conheço a fundo Luiz Phellype (6 golos em 51 remates na Liga 2...), avançado de 25 anos do P. Ferreira que está a ser cobiçado pelo Benfica (e Sporting), mas lembro o clube da Luz que para apostar na formação não basta ter bons talentos e um treinador que neles aposte, é preciso deixar de contratar quem lhes tira o lugar sem ter mais qualidade (risco por risco...). Para não falar nos Chiquinhos, João Amarais, Pedros Nunos, Arangos ou Agras, que antes de chegarem já partiram. Para quê?
4. Lembram-se do filme Este país não é para velhos, dos irmãos Coen? Ganhou o Óscar para melhor película em 2008. Pois bem, vem aí uma sequela denominada Este futebol não é para machos, com realização de Lito Vidigal.
5. Disse David Luiz, há dias, que um avançado nunca perde jogos, a culpa é sempre dos outros. Se trocarmos a palavra avançado por José Mota, a frase continua a fazer sentido.