Lage resolveu o ‘puzzle’ (para já)
Ainda é muito possível que Lage fracasse neste segundo ano. Muito possível, mas não tão provável assim.
A Champions terá sido para muitos um rotundo insucesso. Porque o Leipzig não é um Bayern, embora seja o maior candidato a quebrar a hegemonia bávara na Bundesliga. Porque o Lyon está longe do poderio do que foi heptacampeão francês no início do milénio, mas ainda apresenta jogadores que Portugal não consegue seduzir na flor da idade, como Depay ou Aouar. Porque o Zenit fica aquém daquele multimilionário que não olhava a gastos para comprar craques, apesar de ainda assim ser o mais forte candidato ao título russo. Sim, o Benfica não foi competente, mas também não jogou sozinho.
Houve incapacidade para substituir um fora de série in the making (Félix). A formação nunca chegará para tudo e o mercado foi pouco condizente com os sonhos continentais. Além disso, a fórmula vencedora também tardou. Não foi só preciso esperar por Gabriel, mas também que Cervi tapasse os vazios deixados por Grimaldo, que Chiquinho gerasse química com Vinícius, que Taarabt imitasse os comportamentos do ex-Leganés na pressão e na transição defensiva, que Pizzi assumisse toda a sua dimensão em grandes jogos e que o miúdo Tomás crescesse em confiança.
A explicação do afastamento é mais complexa do que a utilização ou não de André Almeida ou Samaris, que não são duques ou ternos, mas estão longe de ser ases de trunfo. Era necessário tempo para a conjugação de diversos fatores e mesmo assim poderia nem ter sido suficiente. Por muito que se use o exemplo do Ajax para tudo e mais alguma coisa, desta vez até os holandeses falharam.
Lage continuou a acreditar nas suas ideias e resolveu mais um puzzle, o mais difícil até aqui. O Benfica pode acreditar que tem treinador e equipa para crescer.