Lage e o JJ por encerrar na Luz
Bruno Lage errou. Encostado pela enésima vez à parede depois da enésima capitulação inexplicável, tentou levar consigo aqueles que tinha perante si e explodiu. Ultrapassou limites e a pouco corporativista classe dos jornalistas ofendeu-se em bloco.
Esteja ou não errado, as afirmações não nasceram do vazio e deveriam levar-nos a uma muito mais útil introspeção. Houve ou não críticas desajustadas? O que leva a que se crie esta imagem do jornalismo, presente em muitos mais agentes do jogo? Que fique para reflexão.
Aquele que já foi bestial, deixou fluir a pressão. Até Klopp e Guardiola já o fizeram. Só que, ao avançar sobre os jornalistas, pisou uma mina.
É curioso que seja Lage a levar com o rótulo da falta de caráter, com tantos exemplos reincidentes por aí, e que o sonho de Vieira seja precisamente Jesus, que andou a saltar para lá e para cá, por cima da linha do respeito, nos ataques a Rui Vitória, por exemplo.
O presidente tem o direito de recuperar o grande amor, que tomou por garantido e deixou fugir, e a quem pôde propor agora um casamento de conveniência: Jesus não é emigrante. No entanto, um clube como o Benfica não pode ficar refém de um treinador. E se o falhar, como parece, o fantasma pairará sobre as segundas opções. JJ é capítulo por encerrar há muito, sobretudo desde que o rumo começou a passar pelo Seixal. Vieira está perdido, numa altura em que o descontentamento à sua volta leva a um orçamento chumbado. Está também ele no banco dos réus pelo desinvestimento no plantel.
Lage irá sair. Não terá segundas e terceiras oportunidades como Vitória, já que por ele Vieira não verá qualquer luz. Ou quartas como Jesus, após três títulos perdidos. O futebol é ingrato e não tem memória. Restar-lhe-á aprender, crescer e pegar onde ficou em 2018/2019.