Imposto da Champions cobrado na Luz
Benfica juntou-se a PSG, Real Madrid, Ajax e Bayern na liga dos derrotados improváveis. Como diriam no Brasil, foi ‘dia da zebra’...
OBenfica, nas nuvens depois da estrondosa vitória europeia sobre o Barcelona, não tardou a regressar à terra ao perder em casa com o Portimonense, para a I Liga. Os encarnados juntaram-se a emblemas prestigiados como Bayern (derrota em casa frente ao Frankfurt), Ajax (derrota em casa frente ao Utrecht), Real Madrid (derrota em Barcelona, frente ao Espanhol) e PSG (derrota em Rennes), que caíram com estrondo, no day after da Champions, em jogos em que eram favoritos. No caso particular dos encarnados, ficam por perceber as razões que levaram Jorge Jesus a não refrescar uma equipa que já se sabia estar muito desgastada física e psicologicamente, após as emoções fortes da última quarta-feira. Tão pródigo, noutras alturas - até com menos justificação - a promover a rotatividade do plantel, JJ optou desta feita por outra via e deu-se mal. Poderá queixar-se de alguma falta de sorte e de ter defrontado um guarda-redes inspirado (ontem foi dia de Portugal, e não foi só no futsal...), mas essencialmente o que faltou ao Benfica, em longos períodos do jogo de ontem, foi frescura e intensidade, uma e outra ligadas umbilicalmente...
CONFIRMARAM-SE os receios. A jornada que celebrou o fim das inibições no acesso aos estádios ficou marcada por assistências bem abaixo do que seria normal, por exemplo em 2019. Sem demoras, o futebol precisa de trabalhar com afinco para recuperar os adeptos que perdeu para a televisão. E deve haver um esforço concertado, coordenado pela Liga, que crie condições mais sedutoras para encher as bancadas. Parece claro que os bilhetes não podem ter preços elevados, e mesmo nos bilhetes de época (como o FC Porto já avançou), deverá ser possível criar condições mais favoráveis. Ao mesmo tempo, os horários dos jogos não podem ser só determinados a pensar nos interesses das operadoras televisivas. Quem não perceber que esta é uma batalha que não pode ser perdida, não percebe o que é a dinâmica do espetáculo desportivo, que sem adeptos não faz sentido!
PS — Morreu Bernard Tapie, 78 anos, de cancro. O antigo presidente do Marselha, que guiou o clube até ao título europeu, passa à história como visionário que não conheceu limites éticos, inquinando um legado que deveria ter outra dimensão. Descanse em paz.
ÁS — FERNANDO GOMES
Trabalho sério, profundo, sem deixar nada ao acaso, eis o mérito do presidente da FPF, que deu ao futsal nacional todas as condições para evoluir. Depois, Ricardinho, Pany, Bebé, Jorge Braz (e todos os outros), mas também os clubes que têm sido esteios da modalidade, cabem neste título mundial do nosso contentamento.
ÁS — JOÃO FÉLIX
Exibição de encher o olho frente ao Barcelona, que deixou a afición colchonera de água na boca, e Simeone a tirar ilações (finalmente!) quanto ao melhor enquadramento do jovem talento lusitano. Mas o internacional português também deve garantir continuidade, para não ficar aquém do talento que Deus lhe deu...
DUQUE — POCHETTINO/SOLSKJAER
Que dores de cabeça lhes arranjaram! Messi e Ronaldo colocaram PSG e Manchester United num patamar de visibilidade que aumentou, muito, a motivação dos adversários e a exigência de adeptos e média. Para já, nem o argentino, nem o norueguês, estão confortáveis no novo contexto. Terão tempo para mudar a agulha?