Gerir a competição

OPINIÃO14.12.201800:17

A distribuição da carga de jogos ao longo de uma época deve ser um aspecto tão importante para o gestor da competição como para o treinador. Quanto mais elevado o nível da competição, mais atenção deve merecer este aspecto, uma vez que por norma aumentam o número de jogos. Na verdade, jogar a um nível elevado implica cuidado na gestão dos mais importantes elementos do jogo, aqueles por quem o público se desloca aos estádios, os jogadores. São precisos os melhores mas os melhores precisam de recuperar bem.


O tempo de recuperação entre jogos é importante, como a intensidade competitiva é decisiva para o crescimento dos intervenientes. Um equilíbrio fundamental. Jogar, no caso do futebol, de três em três dias é excessivo como jogar de três em três semanas também o é.

Alguns estudos apontam como correcto, no futebol, um intervalo de cinco dias para minimizar os riscos de lesão. Só a partir desse momento a curva se mantém igual para o dia seguinte. Contudo, na passagem do 3.º para o 4.º dia o risco já é bem menor do que do 2.º para o 3.º. Por isso se realizam tantos jogos no intervalo entre as 72 e as 96 horas.

Bem sabemos que frequentemente não é possível intervalos desses entre jogos. O volume de partidas obriga a intervalos menores. Esta situação deve merecer uma cuidada análise. Em muitos casos, fazem-se paragens de inverno preciosas para a indispensável recuperação dos jogadores. E a recuperação não é apenas física. Neste altura da época existem campeonatos que já realizaram mais 25% a 30% de jogos do que outros, um número elevado tendo em atenção que se iniciaram na mesma altura.


A gestão da competição, nos dois sentidos aqui utilizados, não pode abdicar de perceber que a sua planificação tem influência no rendimento individual e colectivo. Uma errada planificação tem consequências que o público não vê; mas são consequências que prejudicam a competição.