Formação é a galinha dos ovos de ouro
Só perdemos a final de sub-21 com a Alemanha, porque lá chegámos. Das 55 Federações da UEFA, houve 53 que ficaram a ver pela televisão...
FOI um daqueles jogos de onze contra onze e no fim ganha a Alemanha. E embora Portugal tenha tido oportunidades para marcar, nem sequer pode falar-se em injustiça, os alemães foram competentes e organizados e há que dar os parabéns a esta Mannschaft sub-21, representante de um futebol que continua a produzir valores sólidos ao ritmo eficaz da indústria germânica.
Desilusão à parte por esta terceira final perdida, Portugal só tem razões para sorrir quando encara o futuro, no que respeita à qualidade dos jogadores e à organização federativa para atacar as competições de seleções. Se pensarmos que a estes jovens, que se bateram de forma irrepreensível na Eslovénia, ainda podiam ser acrescentados três dos jogadores que estão no grupo de Fernando Santos - João Félix, Pedro Gonçalves e Nuno Mendes - e ainda Thierry Correia e Pedro Neto (um com Covid, o outro lesionado) percebemos, de forma ainda mais ampla, o valor do talento nesta fornada tão especial.
A taça de campeão europeu de sub-21 é a única que não brilha na Cidade do Futebol. E não é por acaso que tal sucede. O nosso futebol, historicamente, nunca foi capaz de lidar de forma eficaz com a passagem dos juniores aos seniores, e muitos valores que prometiam bastante nos escalões de formação perderam-se. Esse defeito, porém, foi detetado e a melhoria, nos últimos anos (depois de termos sido finalistas em 1994 pela primeira vez, voltámos a uma decisão em 2015 e reincidimos em 2021) tem sido flagrante. A aposta firme nas equipas B, e mais recentemente nos sub-23, criou condições para um desenvolvimento mais harmonioso daqueles futebolistas que precisam de um período mais longo de transição. Garantido esse espaço competitivo, o resto é uma questão de convicção no que se está a fazer e paciência até que os resultados apareçam. E, pela aparência, nenhum desses atributos falta na Cidade do Futebol…
O futebol português, tão mal na forma como destrata a indústria onde vive e que devia acarinhar, teve, pelo menos, o mérito de perceber que a salvação está na formação. O investimento não só em meios físicos, como, sobretudo, em meios humanos, está a dar frutos. E não há outro caminho, a não ser que descubram petróleo no Beato, diamantes na Cedofeita, lítio em Maximinos, ou gás natural em Fermentões.
MIGUEL OLIVEIRA
É a andorinha que vai fazendo a nossa Primavera nos desportos motorizados. Ontem, no GP da Catalunha, o piloto de Almada exibiu-se a altíssimo nível, confirmando todas as promessas que vem deixando no ar de que poderá, mais ano, menos ano, sagrar-se campeão do Mundo. Notável!
PINTO DA COSTA
A renovação de Sérgio Conceição irá contribuir para a estabilidade dos dragões, em processo de saída da alçada financeira da UEFA. Ao mesmo tempo, tem sido a força liderante, entre os clubes, na apresentação de um caderno reivindicativo ao Governo, que vai para além do regresso do público.
RUI JORGE
Cada vez que a ‘Seleção A’ lhe tira um jogador, fica satisfeito, com o sentimento de dever cumprido. E não é por isso que não deixa de apresentar um trabalho exemplar, não só na dimensão competitiva, mas também no campo da ética desportiva. O futebol nacional deve sentir-se reconhecido a Rui Jorge.