Este Futebol Tem Poderes
Nada satisfaz mais a Liga Portugal do que testemunhar o trabalho social desenvolvido pelos clubes e ver cada vez mais sociedades desportivas a apostarem na criação de fundações
DAS ideias mais simples nascem iniciativas geniais, capazes de, num pequeno gesto, tocar a vida de alguém de forma permanente. Peguemos no exemplo de uma camisola de um clube de uma época anterior, sem uso. Dessa camisola faz-se uma bata hospitalar, posteriormente entregue em alas pediátricas. Nesse gesto simples leva-se um pouco de conforto às crianças, reforçam-se laços com os clubes e criam-se ligações afetivas. Se juntarmos a esta iniciativa a visita de treinadores e jogadores do futebol profissional, como aconteceu recentemente, percebemos a força brutal do futebol na vida das pessoas, sobretudo nas crianças.
Esta campanha, da autoria da Fundação do Futebol, chama-se ‘Esta Bata Tem Poderes’ e, um pouco por todo o País, têm sido entregues mais batas hospitalares em unidades pediátricas. Uma campanha singela, mas só possível graças ao contributo dos clubes e da visão de todos os emblemas no poder que o futebol tem em auxiliar o próximo e no contacto próximo com a comunidade. A campanha mostra, também, o potencial de várias instituições trabalharem em conjunto e aproveitarem o know-how de cada uma. Aqui, por exemplo, a campanha é organizada pela Fundação do Futebol, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e pela Fundação do Gil.
Encontramos um dos principais sinais de crescimento e de profissionalização dos clubes, nas últimas temporadas, na responsabilidade social e na forma como o futebol entendeu que possui um papel a cumprir na sociedade e ao serviço das pessoas. Na promoção de valores e de uma vida sustentável, sempre numa perspetiva de proximidade. Em dois dos eventos mais nefastos deste século, a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, o futebol mostrou estar presente e cumpriu, como ninguém, na ajuda ao próximo. Daí que o lema da Fundação do Futebol - ‘Um Clube, uma Comunidade, uma Fundação’ - seja cada vez mais apropriado e revelador. E nada satisfaz mais a Liga Portugal do que testemunhar o trabalho social desenvolvido pelos clubes e ver cada vez mais sociedades desportivas a apostarem na criação de fundações.
No caso da Fundação do Futebol, cujo 4.º aniversário se assinalou em junho último, o trabalho é cada vez mais meritório. A Liga Portugal assumiu o papel e a responsabilidade social que tinha em mãos, tendo encontrado na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa um parceiro institucional absolutamente fundamental e com relevo mais do que consolidado para nos ajudar a crescer, a cimentar trabalho e a ter capacidade de resposta. Uma ligação forte, que demonstra o potencial das instituições trabalharem lado a lado e aproveita a notoriedade que o futebol possui, com uma visibilidade que poucos setores de atividade podem igualar. Além da campanha ‘Esta Bata Tem Poderes’, a Fundação do Futebol e a SCML, através do projeto ‘Ajuda: O Jogo com Prolongamento’, contribuiu com equipamentos e bens alimentares em 16 bancos alimentares, numa ação que permitiu ajudar 2218 instituições e mais de 355 mil pessoas. Paralelamente decorre mais um ‘Mundo d’O Ligas’, um projeto que ensina às crianças valores universais como o fair-play e desportivismo e que as aproxima das mascotes dos clubes, cada vez mais indispensáveis como elo na ligação afetiva que os adeptos sentem com as comunidades em que estão inseridos.
Os tempos atuais são desafiantes e implicam união entre todos, não apenas ao futebol. Todos cumprimos um papel na sociedade, há momentos para retribuir e ajudar o próximo. Aconteça o que acontecer, o futebol e os clubes vão continuar a cumprir, como até aqui têm feito, o seu papel.
E vão mostrar que este futebol também tem poderes.