Estabilidade, precisa-se. Mas como?
ALVERCA agudizou a crise sportinguista e as ameaças a Frederico Varandas, que teve de recorrer a proteção policial após um jogo de futsal no pavilhão João Rocha, elevaram a contestação a novo patamar, ainda mais explosivo. Fazendo um diagnóstico da situação, José Roquette apontou a estabilidade como única fórmula para ultrapassar o caminho das pedras que está a ser percorrido, e devolver a normalidade ao reino do leão. A razão, incontestada e incontestável, que assiste ao antigo presidente, embate, porém, frontalmente, numa realidade em que os contestatários de Frederico Varandas não querem saber de qualquer argumento racional, e aqueles que o têm defendido se encontram cada vez mais desmotivados, fruto dos erros em série que têm sido cometidos, da banalização da troca de treinadores à construção, em cima do joelho, de um plantel que perdeu metade dos jogos oficiais que disputou, sem esquecer a falta de fluidez do presidente ao exprimir-se em público e a inépcia da comunicação institucional do Sporting. O próximo jogo, em casa, dos leões, com o Rosenborg, para a Liga Europa, deverá dar, novamente, palco de uma oposição formada pelas franjas mais radicais das claques, que viram o negócio definhar devido à ação corajosa da direção de Frederico Varandas e pelos brunistas que sonham com o regresso do caudillo, uns e outros apostados apenas em potenciar uma política de terra queimada. Para Varandas - que tem a legitimidade de quem venceu eleições e quer cumprir o mandato - recuperar o controlo da situação, é imperioso que a equipa de futebol comece a somar resultados positivos, e nem estes são garantia de acalmia, num clube que chega a parecer ingovernável.
E que dizer do protesto dos leões, relativo a uma eventual utilização irregular de um jogador do Alverca na recente partida da Taça? Do ponto de vista formal, não haverá nada a obstar, cada clube tem o direito de defender os seus pontos de vista e os órgãos jurisdicionais da FPF são o sítio próprio. Mas, do ponto de vista do orgulho, para cada sportinguista deve ser uma dor de alma ver o seu clube recorrer à secretaria para ganhar ao Alverca, do terceiro escalão, o que foi perdido, sem espinhas, dentro das quatro linhas. Tudo fruto dos tempos e de uma necessidade óbvia, mas... muito embaraçoso.