Enquanto não chega o jogo com a França

OPINIÃO21.06.202107:00

Desvalorizou-se a real dificuldade do grupo onde aterrámos e, aqui chegados, a única coisa importante é passar, seja como for...

DEPOIS de cinco anos sem necessitar de contas complicadas para garantir qualificações, eis que a Seleção Nacional me obrigou a regressar a esse desporto tão português que é pegar na calculadora e desenhar todas as hipóteses da turma das quinas seguir em frente. É claro que, aqui chegados, há sempre a via direta, que passa por não perder com a França, depois de amanhã. Ou então, pode muito bem acontecer que a combinação de resultados nos outros grupos faça com que cheguemos ao confronto com os gauleses já certos de sermos, pelo menos, um dos quatro melhores terceiros classificados. A ver vamos, mas ontem, num desses jogos que nos interessava, em que o empate entre Suíça e Turquia colocaria ambos abaixo dos três pontos que já temos, Seferovic e Shaquiri resolveram para os helvéticos, complicando-nos as contas.
Portugal fez um jogo muito abaixo do esperado, com a Alemanha, e a auto-estrada que se abriu do lado direito da nossa Seleção ainda está por explicar. Cada vez que a Mannschaft trabalhava o jogo pela direita, chamava Nélson Semedo, através da colocação de mais um jogador na área, para fechar ao meio, e aproveitava o facto de nenhuns dos que passaram pela nossa direita - Bernardo, Rafa e Renato - acompanharem Gosens, deu-nos xeque após xeque, até ao xeque-mate. Assim como foi dramática a passividade defensiva do meio-campo, fruto, creio, da deficiente recuperação física do jogo com a Hungria para o jogo com a Alemanha, de Bernardo Silva, William Carvalho e Bruno Fernandes. Resta-nos, pois, esperar pelo estado da arte nos restantes grupos e a seguir percebermos o que nos faz falta no jogo com a França, sendo verdade o que Fernando Santos disse, a única coisa importante, seja por que via for, é aceder aos oitavos de final.
Finalmente, um reparo: é verdade que somos campeões da Europa e da Liga das Nações. Mas, mesmo assim, creio que nunca foi bem avaliada a dificuldade extrema do grupo onde calhámos. Se jogar contra a Hungria, em Budapeste, nunca é fácil, e contra a Alemanha, em Munique, é de exigência estratosférica, defrontar a França, provavelmente a melhor equipa do Mundo, mesmo que em campo neutro, é sempre difícil. Se calhar não teria sido pior assumir, à partida, que pela frente tínhamos um Evereste para escalar.

MIGUEL OLIVEIRA

ÁS — Até parece que Miguel Oliveira tem lugar cativo neste espaço, onde a excelência é louvada. Mas não. Cada vez que recebe um Ás, é por mérito renovado, por feitos que o catapultam para o estatuto de figura de proa do desporto nacional. Desta vez, o brilhante segundo   lugar no MotoGP da Alemanha é a razão…
 

RENATO SANCHES

ÁS — O New York Times escolheu-o, na última semana, como tema de um artigo de fundo, onde eram identificados os perigos de queimar etapas, um mal de que padecem, vezes demais, jovens talentos à procura de afirmação. A boa notícia em relação a Renato é que já cumpriu a travessia do deserto.
 

FREDERICO VARANDAS

ÁS — O Sporting sagrou-se ontem campeão nacional de hóquei em patins, cereja no topo deste bolo saboroso, que foi uma época recheada de títulos nacionais e internacionais, no futebol, no hóquei, no futsal, no basquetebol e no judo. Que pena não ter havido adeptos a festejar, nos estádios e pavilhões.