Eis a maratona
INICIA-SE hoje o principal campeonato em Portugal. Até Maio vamos ter as equipas empenhadas em atingir os seus objectivos, que são, de forma lata, três. Vencer a Liga, conseguir o apuramento para uma competição europeia, ou a manutenção. A pré-época deixou marcas diferentes. Para uns aumentou o nível de confiança, a outros criou problemas acrescidos. Já se sabe que quanto maior é a dimensão da equipa, maior é a pressão dos adeptos. Nada de novo para quem representa os chamados grandes. A capacidade de reação aos insucessos marca sempre a época, seja no início, seja numa fase mais avançada.
Mas não se pense que quem joga para a manutenção não tem igualmente enorme pressão emocional. Em muitos casos joga-se a carreira em poucos jogos. Para os três grandes, Agosto implica a resolução de problemas diferentes, muito em função do resultado da Supertaça, no caso de Benfica e Sporting, e uma grande empreitada para o FC Porto. Também Sporting de Braga e Vitória de Guimarães têm calendário difícil. Os restantes concorrentes, sem menosprezo por ninguém, têm pressão menor no início da prova, mas pode aumentar em função dos resultados das primeiras 4 jornadas.
A chamada pré-época, momento que normalmente tem cerca de seis semanas, proporciona, além de outros objectivos, um espaço para que a equipa aperfeiçoe o seu modelo de jogo, que teste sistemas alternativos, e assim esteja melhor preparada para a competição. Claro que não se consegue implementar tudo num espaço de tempo tão curto, ao longo dos meses seguintes a evolução da equipa deve continuar. Quando há condições para que isso aconteça, algo que por vezes não acontece.
Por aqui se entende a vantagem de existir trabalho de uma época para a outra, de se manter uma base, para que a continuidade do trabalho permita atingir níveis elevados o mais cedo possível. Mas também para que essa mesma base seja o suporte nos momentos adversos. Que todos têm, em momentos diferentes.