Dúvidas próprias do início da temporada

OPINIÃO22.07.201904:00

A preparação das equipas antes dos jogos oficiais representa um passo importante para o sucesso ou insucesso da época, que não pode, nem deve, ser desvalorizado. Ao mesmo tempo que as equipas técnicas colocam no terreno toda a sua sabedoria, recorrendo cada vez mais a métodos inovadores, para criarem as melhores condições físicas aos jogadores, ao longo da época, o entrosamento entre setores e os automatismos que fazem a diferença entre os melhores e os outros, ocupam uma larga fatia da atenção dos treinadores. Quem parte para uma nova temporada com algum lastro de épocas anteriores está sempre em vantagem, face aos que são obrigados a pintar o quadro numa tela em branco.


Os três maiores clubes portugueses encontram-se em fases diferentes de evolução, por razões distintas, que passo a identificar:
- Marcelo Keizer, no Sporting, debate-se com um problema que dá pelo nome de Bruno Fernandes. Será um bom problema se o jogador ficar em Alvalade, solidificando a construção iniciada na temporada passada; será um problema bicudo se o Sporting deixar sair o seu porta-estandarte, e assim obrigar o treinador a um plano de contingência. O técnico holandês estará preparado para dar resposta em qualquer das situações, mas os tempos de incerteza que vai vivendo não podem agradar-lhe. Cada movimentação  estudada para Bruno Fernandes poderá ser tempo perdido se o internacional português rumar a outras paragens. E quanto mais tarde houver uma definição, pior para o treinador.


- Sérgio Conceição, que tem pela frente a tarefa de não falhar a Champions (mais de 40 milhões de euros...), viu partir Maxi, Felipe, Militão, Herrera, Brahimi e Óliver, além de Casillas, e ainda espera por reforços que lhe permitam dar maior solidez à equipa. Em tempos de vacas magras na tesouraria do Dragão, calha bem ao FC Porto ter um treinador com um espírito de missão arreigado.


- Bruno Lage tem a equipa a evoluir na continuidade. Mas, mesmo assim, percebeu-se no jogo com o Chivas que Raul De Tomas ainda pisa, inadvertidamente, terrenos que são de Seferovic, e que está à procura do melhor entrosamento para jogar entre-linhas (algo que Jota, mal entrou, fez na perfeição). Mas, claramente, é o Benfica quem está mais perto do desenho final. Sem surpresa.