Dicas e mais dicas
Esta é a altura ideal para vos recordar de algumas das regras básicas da vídeo-tecnologia. O assunto parece ser o de sempre mas as perguntas, essas, multiplicam-se a cada jogada, a cada lance, cada situação de jogo, por isso, caro leitor, falar sobre isto nunca é demais. Vamos lá então:
1. O árbitro pode, por sua iniciativa, visionar um lance sobre o qual tenha tomado uma decisão. No entanto, isso raramente acontece, porque a opção inicial é tomada em consciência, com base no que viu, leu e intuiu in loco.
Por isso, a recomendação para rever parte, quase sempre, do VAR. É ele que tem o tempo, o discernimento e os meios para detetar um eventual erro e alertar o colega;
2. Em teoria, o VAR só deve pedir ao árbitro que reveja uma jogada se, no seu entender, ele tenha cometido um erro claro e evidente. Mas, na prática, caso exista uma situação-limite, que deixe dúvidas ou que possa gerar conflitos, o mais sensato é aconselhar o árbitro a consultar as imagens.
Essa atitude, inteligente, passa a mensagem de que ele valorizou a jogada e considerou a hipótese de ter errado. A decisão final, seja ela qual for, sairá sempre reforçada.
3. À exceção de algumas situações nos pontapés de penálti, o VAR não pode intervir em recomeços de jogo. Por exemplo, se um lançamento lateral for mal executado e daí resultar em golo ou se um pontapé de canto for mal assinalado e daí nascer um castigo máximo, nada a fazer;
4. O mesmo acontece em relação a outros lances: erros de análise em pontapés-livre, advertências injustas ou por fazer, faltas mal assinaladas ou marcadas ao contrário, pontapés de canto trocados por pontapés de baliza ou até mesmo segundos amarelos por exibir/mal exibidos;
5. Um jogador e/ou treinador não pode pedir ao árbitro que reveja uma jogada, fazendo, com as duas mãos, o sinal de um écran. Isso implica ação disciplinar, que o juiz aplicará, como sempre, com bom senso e razoabilidade: quanto mais evidente, exuberante ou repetido for o gesto, menos ele considerará que se tratou apenas de uma reação pontual;
6. O VAR deve recomendar que o árbitro reveja, em campo, os eventuais erros de interpretação: carga nas costas ou empurrão na área defensiva, possível mão, contacto que resulta na queda suspeita de um avançado, etc...
Por outro lado, o colega de campo deve aceitar logo as indicações sobre erros factuais: jogador em fora de jogo que marca golo, mão ostensiva que evita golo, agressão por punir, etc...
Importa não esquecer que os árbitros continuam a familiarizar-se com esta profunda alteração. Têm cometido erros, tal como têm acertado em dezenas de ocasiões.
Haja alguma tolerância, porque Roma e Pavia...