Depois de mim...

OPINIÃO27.01.202003:00

Portanto, Rúben Amorim não pôde falar, em conferência de imprensa, antes da final da Taça da Liga, por não ter os níveis necessários para ser considerado, pela Liga, como treinador. Quem falou foi Micael Sequeira, seu adjunto. Porém, minutos após o triunfo sobre o FC Porto, a Sport TV quis falar (e bem) com o treinador vitorioso. E chamou (e bem) Rúben Amorim. Instantes depois, Pedro Proença, presidente da Liga, sentou-se a seu lado e tratou-o como treinador principal do SC Braga. Faz algum sentido? Ou Rúben Amorim é considerado pela Liga como treinador principal do SC Braga e pode falar em conferência de imprensa ou, então, o melhor mesmo seria Pedro Proença não ter conversado com ele na condição de treinador principal do SC Braga. Pois.

Portanto, um jornal italiano sabe que um clube inglês fez uma proposta de 50 milhões de euros a um clube português por um jogador brasileiro que jogava, na época passada, num clube francês. Mais ou menos como A BOLA saber que o Nápoles fez uma proposta ao Wolverhampton por Adama Traoré. Num instante, a notícia captou as atenções de italianos, ingleses, portugueses, brasileiros e franceses. Pois.

Portanto, o Sporting contratou, nos últimos anos, Battaglia, Doumbia e  Eduardo. Pois. E desaproveita Palhinha. Não faz sentido. Tal como não faz sentido comprar um suplente para Ristovski (Rosier), um suplente para Coates (Tiago Ilori), um suplente para Mathieu (Luís Neto), um suplente para Acuña (Borja) e um suplente para Wendel (Eduardo). É o clube que tem um presidente legitimamente eleito há ano e meio e que vê alguém que foi expulso da presidência e de sócio afirmar que quer ser presidente da SAD. Faz sentido? Pois.

Portanto, a mulher do líder de uma das claques do FC Porto contesta o treinador. O FC Porto já não é um clube de pulso firme e que passava a ferro todas as contestações, internas ou externas. O presidente apenas aparece a falar nas zonas mistas quando o FC Porto ganha na Luz (sobretudo) ou em Alvalade. Por muito que lhe custe, está na hora de JNPC dar o lugar a alguém com sangue na guelra. Ninguém é insubstituível. Nem mesmo os que estão há anos e anos no poder com êxitos assinaláveis. O Benfica sobreviveu ao final de Eusébio (e sobreviverá à saída de Vieira). Tal como o FC Porto sobreviveu às saídas de Gomes e Pedroto, Madjer e Artur Jorge, Deco e Mourinho, Villas-Boas e Hulk. E sobreviverá à saída de Pinto da Costa. É preciso é que ele, do alto dos seus 82 anos, saiba não deixar um vazio antes de sair. Depois de mim, o dilúvio, disse Luís XV. Ainda com ele, o dilúvio?, pensarão os portistas. Pois.