Da histeria...
Como qualquer treinador, José Mourinho ganha e perde - mas ganha em grande muito mais do que perde em pouco (e nos palcos maiores que há) porque nunca deixa que a sua equipa (ou as suas ideias) sejam piores do que poderiam ser e tem sempre uma fórmula de sucesso para adaptar, perfeita e astuta, a cada situação, a cada clube, a cada plantel - único e irrepetível.
Como qualquer treinador, José Mourinho ganha e perde - mas ganha em grande muito mais do que perde em pouco porque consegue, reinventando-se a cada instante, pôr no campo e nos pés dos seus jogadores o melhor futebol que descobre, sagaz, dentro da sua cabeça.
Como qualquer treinador, José Mourinho ganha e perde - mas ganha em grande muito mais do que perde em pouco porque ninguém como ele (OK, o Guardiola e o Klopp sim, também) é capaz de levar mais além as suas ideias de jogo e puxar a sua equipa e os seus jogadores do sítio onde eles estão para sítios onde nunca estiveram, tornando-os, assim, melhores do que se imaginavam.
Como qualquer treinador, José Mourinho ganha e perde - mas ganha em grande muito mais do que perde em pouco porque é genial a impedir que os adversários sejam o primor de si, sem ter medo de perder o chão ou a estética (pois nele jogar bem é jogar para ganhar e jogar para ganhar pode não ser jogar sexy).
Por tudo isso (e mais que não cabe nesta coluna) me parece ridículo (ou pior) o que ouvi em histeria estes dias: comparar-se Jesus a Mourinho. (Talvez seja como comparar-se o Pauleta ao Ronaldo). Mais: olhando para o que ganhou (e já fez) bem acima de Jorge Jesus, nos galarins da história, está Fernando Santos. E até Artur Jorge e André Villas Boas ganharam bem melhor do que aquilo que ganharam o Giudice, o Pizzuti, o Zubeldía, o Etchemandi, o Dellacha, o Maschio, o Bagnulo, o Espinosa, o Pastoriza, o Yudica, o Jozic, o Russo, o Bauza, o Rueda. Sim, todos eles são treinadores que fizeram o que Jesus fez: ganhar a Libertadores. E a sério: quantos desses conhecia?