CR7 x 3. Só ele!
TER e não ter Cristiano Ronaldo… Mais uma vez - e foi a 7.ª com ele a marcar 3 golos pela Seleção! -, esta foi a diferença absolutamente decisiva, impondo festa lusitana a uma Suíça muito difícil de ultrapassar (quanto a mim, ontem, superior a Portugal na maior parte do tempo) e que estará rogando pragas a um fenómeno goleador decidido a mandar às malvas o quase certo prolongamento, aplicando-lhe morte súbita.
Não esqueço a brilhante abertura de Rúben Neves para Bernardo Silva, tão-pouco a influência deste quando passou para a direita (o seu extraordinário talento possui polivalência, mas, em minha opinião, rende mais a partir desse flanco, como no Manchester City, do que na zona central) e o crescimento de William, só que… remates fulminantes para meter a bola lá dentro são ultraespecialidade de CR7, o matador. Sobretudo, nos momentos decisivos! Esses que a Suíça (nomeadamente Seferovic) teve… falhando.
O 4x4x2 em losango (há muito não visto na Seleção) precisa de treino, treino, treino - para o qual não há tempo… Deu confusão. Talvez isso explique que dois jogadores potencialmente cruciais, Bruno Fernandes e João Félix, tenham estado longe do que valem. João, miúdo estreante, mesmo muitíssimo longe.
LIVERPOOL. Não sou, como o André Pipa vincou ser - num dos seus textos plenos de espontaneidade -, adepto do Liverpool desde pequenino. Nesse tempo, o Manchester United tornou-se o meu clube inglês (profunda emoção pela tragédia-1958: desastre de avião, em Munique, após reabastecimento no regresso de jogo com o Estrela Vermelha de Belgrado, matou 28 pessoas, incluindo 8 dos bebés de Matt Busby, grande equipa que este treinador estava construindo). Busby sobreviveu e, 10 anos depois, com ele ao leme, Bobby Charlton (outro sobrevivente) liderando no meio-campo e prodígio George Best no ataque, o United seria campeão da Europa - final, em casa inglesa, no londrino Wembley, ganha ao Benfica bicampeão europeu no início da década e tão brilhante que disputava a 5.ª final da Taça dos Campeões em 9 anos. Esse Benfica de Eusébio, Coluna, José Augusto, Simões, Jaime Graça… soçobrou no prolongamento. Dois anos antes, na meia-final (também em Londres…) do Mundial, 2 golos do senhor Bobby Charlton tinham travado o sonho de magnífica Seleção de Portugal: ser campeã do Mundo! Após esse 1-2, chegaria ao 3.º lugar, vencendo, 2-1, a Rússia do lendário guarda-redes Yashin - e Eusébio, com 9 golos, foi o goleador n.º 1 e maior estrela do Mundial; insuficiente para conquistar a Bola de Ouro pela 2.ª vez consecutiva… (bisou o 2.º lugar de 4 anos antes, quando, recém-campeão europeu - 2 golos seus na célebre final com o histórico Real Madrid de Di Stefano, Puskas, Gento -, à tangente perdeu para Masopust, médio do Dukla de Praga…; porque o votante português se esqueceu de lhe atribuir um pontinho que fosse!!!).
Regresso ao Liverpool (ia sendo tempo…). Nem os extraordinários Beatles, meus ídolos na adolescência e não só, os génios que puseram Liverpool no mapa mundial, me tiraram do Manchester United… Mas, há 2 anos, aliciante equipa começou a conquistar este jornalista. Chegou à final da anterior Champions; perdeu-a - porém, face a Real Madrid 4 vezes dela conquistador, em 5 anos!, graças, sobretudo, a um tal de Cristiano Ronaldo… Já antes, um senhor treinador, Jurgen Klopp, me caíra no goto: na Alemanha, liderando Dortmund, infernizara a vida do Bayern de Guardiola. Nesta Champions, estive entre 2 amores: a enorme surpresa Ajax (depressa frisei ser a equipa que mais gozo me deu ver jogar) e vibrante Liverpool de Klopp - na Liga inglesa, copiou o FC Porto: título perdido após ter avanço de 7 pontos! Ajax foi a Madrid aplicar 4-1 à ruína Real Madrid; e, em Turim, deu cabo da Juventus (não foi Ronaldo quem falhou: os 5 últimos golos do campeão de Itália na Champions foram, todos, dele!). Mas a mais gigantesca proeza teve chancela Liverpool: virar 0-3 em 4-3, perante os senhores de Barcelona, entra na história! Mesmo não podendo contar com os craques atacantes, Salah e Firmino! Claro que, depois disto, mau grado enorme elogio ao Tottenham capaz de eliminar o imenso estrelato do City de Guardiola (Pochettino, outro excelente treinador), Liverpool, sem culpa-mor de final surpreendentemente pobre, tinha de ser o campeão europeu.
Pela 6.ª vez, Liverpool (a anterior datava de há 14 anos). Mais títulos na Taça dos Campeões/Champions do que Barcelona e Bayern (5 cada um). Melhor só Milan (7) e, de largo, Real Madrid (13!).
Pronto, amigo André, estou convencido.