Contagem decrescente para Eindhoven

OPINIÃO23.08.202107:05

A trégua pedida por Rui Costa quando sucedeu a Luís Filipe Vieira termina logo que esteja resolvido o ‘playoff’ da Liga dos Campeões

N A próxima quarta-feira começa a pré-campanha eleitoral do Benfica. Respeitada que foi a trégua olímpica pedida por Rui Costa, que visou manter a estabilidade do clube, quer na reta final do empréstimo obrigacionista, quer na preparação da nova época, logo que termine a eliminatória com o PSV iniciar-se-á o processo que culminará com a ida às urnas da nação encarnada.
Até ao fim do mês saber-se-á a data das eleições - aposto no último fim-de-semana de outubro… - e os candidatos a candidatos, que, com raras exceções, se comportaram com sentido de Estado nesta travessia penosa levada a cabo pelo clube da Luz, começarão a demarcar território, em busca de influência e votos.
Embora o futebol nos ensine todos os dias que o que hoje é verdade, amanhã será mentira, não estarei a especular se disser que existe um sentimento de satisfação entre os benfiquistas pela prestação da equipa principal de futebol, que contabiliza por vitórias os seis jogos oficiais que já disputou, e dá mostras de caminhar para uma coesão que a coloca a anos-luz do que fez na temporada transata. Porém, há que concordar, porque a frieza dos números também conta, que o desfecho do jogo de amanhã em Eindhoven terá um peso tremendo para a época em curso, não só do ponto de vista financeiro, mas igualmente na ótica eleitoral.
Parece-me claro que nas primeiras eleições do Benfica no século XXI sem Luís Filipe Vieira no boletim de voto, o ex-presidente do Benfica não deixará de ocupar uma centralidade determinante no debate, propondo, sobretudo a Rui Costa, o desafio da separação das águas, relativamente ao vieirismo. Mas, se o presidente em exercício irá ter por obrigação demonstrar que está apto a voar com asas próprias, aos opositores caberá a árdua tarefa de derrubar uma figura que foi ídolo enquanto jogador, com ligação inatacável ao clube, e que, nesta fase particularmente turbulenta, tem sabido manter o Benfica dentro de padrões de estabilidade compatíveis com o sucesso desportivo.

PS - Os desígnios de Jesus são insondáveis, mas não seria surpresa se o técnico encarnado escolhesse, para Eindhoven: Vlachodimos; Lucas Veríssimo, Otamendi e Morato; Diogo Gonçalves, Weigl, Meité e Grimaldo; João Mário; Darwin e Rafa.


ÁS – XADAS

Não parecia muito provável que o Marítimo tirasse pontos ao FC Porto, numa temporada em que Benfica e Sporting parecem sequiosos por vitórias. Mas a verdade é que um golo de Xadas, que passou pela formação dos dragões, fez a festa insular. Um jogo para mais tarde recordar do internacional sub-21 por Portugal.


ÁS – NUNO ESPÍRITO SANTO

Dois jogos, outras tantas vitórias e liderança da Premier League. Melhor, para NES, seria impossível, especialmente se tivermos em consideração que recebeu o City e deslocou-se a Wolverhampton. O treinador português vive um estado de graça na nação dos Spurs (mesmo com a pedra no sapato do Paços...). 


ÁS – JORGE SIMÃO

Suceda o que suceder, já consta dos registos que na época de 2021/22 o Paços de Ferreira derrotou o Tottenham em jogo da Liga Conferência. Jorge Simão, indiferente às opções dos Spurs, pode acrescentar este resultado ao seu cartão de visita, e, de consciência tranquila, fazer as malas para Londres.