#CódigoLage
Na Austrália já são permitidas matrículas personalizadas com emojis, mas só emojis positivos (sorriso, gargalhada, piscar de olho, óculos escuros e corações nos olhos). Bruno Lage é uma matrícula australiana no futebol português e tem o mérito de o ser desde que chegou ao cargo e não apenas agora, que ganhou o título. Mérito redobrado por trabalhar num clube que faz da guerra comunicacional o pão nosso de cada dia. O seu discurso no Marquês e na Câmara Municipal (e, antes, em outros momentos da época), sobre os valores e causas no futebol e na vida, representa um marco que não deve ser ignorado ou esquecido, até porque, corajoso, entregou-se como refém daquilo que disse, deixando a própria imagem como caução da coerência.
Devemos deixar-nos contagiar (os que ainda conseguirem). #CódigoLage (de conduta) deveria tornar-se numa hashtag de referência nas redes sociais. Não há melhor exemplo que o de um homem simples (não precisa de fato) com convicções fortes. E Lage, agora, tem o poder que tantas vezes falta às boas intenções. O poder de ser idolatrado, respeitado, ouvido, seguido. Não mudará o mundo, tão-pouco o nosso futebol, mas assume a responsabilidade social.
Assim, aproveito o momento para lhe deixar uma sugestão e a todos os treinadores, jogadores e dirigentes, a propósito do fantástico movimento Las batas más fuertes, criado pela revista espanhola Panenka, que visa converter camisolas de futebol em batas para as crianças internadas. «Todos os dias, nos hospitais, elas disputam um jogo muito difícil. A doença é um adversário que mete medo mas pode ser vencido. E quando colocamos a camisola da nossa equipa somos mais corajosos, mais fortes, mais capazes de enfrentar qualquer adversário», é o mote. Segundo os médicos, pode reduzir o stress, melhorar o ânimo, ajudar a recuperar. Que tal fazermos algo de positivo e, em conjunto (clubes, FPF e Liga), abraçarmos a sério esta onda? Mesmo que a paz continue a ser um breve intervalo na guerra.