Clubes e Seleção
EUROPA mais longe, porque dela nos afastamos. No futebol de clubes. Felizmente não quanto a Seleções Nacionais; aí, em todos os escalões, porque talento não falta, discutimos e alcançamos conquista de títulos. Vide Seleção A campeã da Europa e também na Liga das Nações triunfante - porém, frise-se: graças a emigração de quase todos os nossos melhores jogadores para campeonatos - Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, mesmo França (José Fonte), Rússia (João Mário, Éder), Holanda (Bruma), Turquia (Beto), Grécia (José Sá, Rúben Semedo, Podence) - onde adquirem consistentes hábitos de ritmo em alta competição inexistentes em Portugal. Valha-nos isso!
FRAQUINHO futebol caseiro. Nos mais recentes titulares da Seleção A, quem joga em Portugal? Apenas Rúben Dias e Bruno Fernandes. Ambos, bem se percebe, desejosos de partir. E, nos agora convocados para enfrentar Luxemburgo e Ucrânia, acrescente-se, tão-só, Pepe, Danilo, Pizzi e Rafa. Em 25, são 6 os que por cá continuam. Tendo Fernando Santos deixado de fora outros internacionais que do nosso campeonato estão longe (quase outra equipa): Anthony Lopes, João Cancelo, André Gomes, Adrien, Renato Sanches, Éder, Diogo Jota…
Não haja ilusão de tapar sol com peneira: o caseiro futebol lusitano está fraquinho - crescentemente mais fraco. E a esperança de ultrapassagem à Rússia no ranking europeu de clubes vem, sobretudo, da súbita quebra russa (Zenit à parte). Porque o rendimento das nossas equipas prossegue muito baixo.
Vá lá, desta vez, SC Braga e V. Guimarães atingiram a fase de grupos da Liga Europa.
Imediato, e brutal contraponto: FC Porto caiu da Champions, desastrosamente!, às mãos de um tal de Krasnodar que, logo de seguida, levou sova do Olympiakos (4-0 + 2-1 = 6-1). E o FC Porto já reencontrou desaire, agora perante Feyenoord, 9.º na Holanda.
Benfica, senhor campeão nacional em 5 dos últimos 6 anos, prossegue em apagadíssima e vil tristeza mal entra em meças europeias! Os seus anunciados objetivos a este nível não têm passado de chocantes quimeras. Soma e segue nas demonstrações de clamorosa falta de estofo - desde logo, de peso - face a adversários cuja craveira europeia se fica por mediana. Tratando-se do quase hegemónico campeão português, eis chocante prova do nível do nosso campeonato.
V. Guimarães faz o que pode, luta muito, joga benzinho, mas… soma derrotas.
SC Braga brilhou no triunfo em casa do tão lusitano Wolverhampton - que acaba de sair de Manchester pregando 2-0 ao City de Guardiola, bicampeão inglês! - e logo tropeçou (2-2), em casa, perante banal Slovan eslovaco.
E o Sporting, após perder em Eindhoven (quiçá na sua mais equilibrada exibição da época), alcandorou-se a único que nos deu 3 pontos na 2.ª ronda europeia, mas… graças a sorte espantosa, monumental! Em minha opinião, jogou pior do que nunca! - 1.ª parte nada menos do que horrível! - e, com inesperadíssimos 2 golos em 5 minutos, venceu austríaco Lask que, em Alvalade, o dominou e vergastou em 95% do tempo e poderia ter goleado!
Senhores dirigentes da Liga e, sobretudo, os dos 3 grandes clubes - estes sempre muito entusiasmados/orgulhosos com o seu umbigo; que é isso de equilibrar direitos/dinheiros televisivos?! -, continuem a cavar o fosso que a todos soterrará. Com o futebol português, financeira e competitivamente, à beirinha do abismo, intrépidos passos em frente…
SELEÇÃO das nossas alegrias (não tanto para muitos que se fecham em cegueiras clubísticas…) vai já prosseguir na luta por entrar no próximo Europeu - detentora de inesquecível título! - como 1.ª classificada no seu grupo. Por muito que Fernando Santos lembre os últimos resultados do Luxemburgo, bico de obra estará, de seguida, na Ucrânia, atual líder. Porque fora de Portugal, escrevo sem saber se há confirmação de William Carvalho em KO clínico. Forte baixa seria. Danilo como médio mais defensivo, avançando Rúben Neves? Ou um deles com Moutinho… Mais à frente, acompanhando Ronaldo e Bernardo, não óbvia escolha, para 2 lugares, entre os médios Bruno Fernandes, João Moutinho e João Mário, tal como entre os avançados João Félix, André Silva (o mais próximo de puro ponta de lança), Gonçalo Guedes e Bruma (este em notório crescimento no PSV). Sobretudo na Ucrânia, decisão fundamentalmente tática.