Clássico foi bom entre os 90’ e os 90’+5

OPINIÃO14.01.201900:24

Chegou ao fim a primeira volta da I Liga portuguesa e, de forma natural, já que apresentou a equipa mais sólida, o FC Porto arrecadou o título honorífico de campeão de inverno. A tabela classificativa apresenta-nos algumas tendências, mas nenhumas certezas. Por exemplo, a cinco pontos do líder, o Benfica ainda pode, em tese, sonhar com o título. Porém, não é complicado avaliar a dificuldade suprema dessa empresa quando se constata que, na segunda volta, os encarnados viajam a Guimarães, a Alvalade, a Moreira de Cónegos, ao Dragão e a Braga. É verdade que o feeling deixado pela equipa de Bruno Lage (provisório, definitivo ou definitivamente provisório?) nos Açores foi positivo, graças a uma exibição personalizada. Mas, provavelmente, só a dupla ronda na cidade-berço permitirá conclusões, já com a poeira mais assente.


Já o SC Braga, que ocupa o degrau mais baixo do pódio, tem pela frente o desafio da continuidade, a necessidade de dar resposta positiva à dúvida sobre a profundidade do seu plantel e a resistência física e resiliência mental de jogadores, técnicos e dirigentes.

A primeira volta, Luz à parte, foi bastante boa, mas seguramente que a segunda metade da Liga será mais exigente, sob todos os pontos de vista.
Finalmente, de olhos ainda postos no título mas sobretudo no acesso indireto à Champions, está o Sporting, que se manteve como patinho feio produtivo com Peseiro, sonhou alto com os inícios de Keizer e parece agora ter constatado que oito pontos para o FC Porto (tendo de jogar no Dragão na 34.ª jornada) são pontos a mais. Já apontar a um segundo lugar que deixou de ser o primeiro dos últimos  (o Benfica encaixou esta época mais de 50 milhões na Liga dos Campeões...) poderá encerrar motivação suficiente para uma equipa que ainda procura o melhor equilíbrio defensivo.

Quanto ao clássico do último sábado: O melhor período do jogo foi entre o minuto 90 e o 90+5. Depois de hora e meia de tédio, sacudido apenas por um falhanço de Soares e uma defesa de Casillas, esses cinco minutos cá e lá deixaram água na boca. Viu-se um Sporting menos virado para a frente e um FC Porto com visíveis carências de ordem física, num jogo que teve 42 faltas (o último City-Liverpool teve 19...) e um tempo útil ao nível do pior campeonato da Europa nesse particular, o nosso.