Champions, a hora da verdade está aí...

OPINIÃO27.08.201804:00

A época do Benfica vai ficar indelevelmente marcada, para o bem ou para o mal, pelo que a equipa de Rui Vitória fizer, depois de amanhã, em Salónica. Será quase escusado enfatizar, de tantas vezes se ter já dito, qual a real importância de se ter uma equipa na fase de grupos da Liga dos Campeões, especialmente para um clube como o Benfica, de um país periférico, com um mercado televisivo pobre e essencialmente vendedor, o que exponencia a necessidade de ter os jogadores na melhor das montras. Perante as dúvidas que rodearam a permanência de Jonas (entretanto indisponível por razões físicas), a chegada tardia de Gabriel e ainda o interesse, que permanece, em Ramires, subsistirá sempre a dúvida quanto à proficiência da SAD encarnada, que não foi capaz de dotar o grupo às ordens de Rui Vitória, em tempo útil, de todos os trunfos entendidos como relevantes. Mas este não será o momento próprio para aprofundar o tema. Na noite de quarta-feira se saberá se o esforço dos dirigentes encarnados foi, ou não, suficiente.

Como só faz falta quem está, Rui Vitória deverá meditar na melhor forma de abordagem ao desafio do estádio Toumba, um dos mais difíceis do mundo, e a preparação desse jogo, mais do que tática ou técnica, deverá ter o foco na vertente psicológica. Para passar a eliminatória, cada jogador do Benfica deve entrar em campo consciente de que o resultado de Lisboa foi deveras lisonjeiro para o PAOK e que, equipa por equipa, os vice-campeões de Portugal são melhores que os da Grécia. Será a partir dessa convicção que o Benfica poderá montar um esquema que deve ser, ao mesmo tempo, ousado sem ser suicida e ambicioso sem ser irresponsável. Embora esteja claro que o 4x3x3 do Benfica tem sido curto para as necessidades atacantes da equipa quando joga em casa, o mesmo não pode ser dito das prestações fora de portas, já que tanto em Istambul quanto no Bessa a produção foi assaz positiva. Assim, não será de estranhar que, para além do regresso de Salvio ao onze e da eventual chamada à equipa de outro ponta de lança (a saber, mediante os boletins clínicos que se seguem), o Benfica apresente a matriz que tem sido a sua imagem de marca na presente época. O segredo do sucesso, porém, estará na forma como Rui Vitória entrar na cabeça dos jogadores, criando condições para que suba ao relvado uma equipa muito personalizada.