Benfica a voar nas asas da incerteza

OPINIÃO17.05.202107:00

A época 2021/2022, pelas implicações desportivas, sociais e financeiras associadas, será a mais determinante de quantas Vieira já liderou na Luz

A RRUMADAS as contas no topo da tabela da Liga, a vida mais complicada, em termos de planificação da próxima época é a do Benfica. Enquanto que os restantes comparsas conhecem exatamente as linhas com que vão coser-se, os encarnados vão navegar na dúvida: investem para chegar à Champions e correm o risco de lhes aparecer um Krasnodar ou um PAOK desmancha-prazeres, que afunda as contas e derrama depressão, ou são mais prudentes e conservadores e formatam o plantel sem contar com os milhões da Liga Milionária?
É este o dilema de quem acede à pré-eliminatória da competição mais importante da UEFA, mais a mais numa altura em que as circunstâncias se alteraram e qualquer grego ou russo de segunda ou terceira extração pode perfeitamente aplicar um tiro fatal.
Há um ano, depois do desastre de Salónica, o Benfica precisou de vender os direitos desportivos de Rúben Dias (em boa hora, para o defesa central do Manchester City) para equilibrar as contas. Sucede, porém, que não consta do plantel encarnado nenhum valor emergente de calibre semelhante, o que torna o caminho das pedras por onde os encarnados tentam aceder à Champions ainda mais íngreme e traiçoeiro.
Vai ser precisa muita sabedoria - que na época que agora termina esteve ausente em parte incerta - para gerir, com pinças, esta situação delicada, num contexto em que vão juntar-se, para formar a tempestade perfeita, a insatisfação dos adeptos, coincidente com o iminente regresso às bancadas daqueles que são os únicos e legítimos donos do clube.
Parece claro que Jorge Jesus deseja mexer substancialmente no plantel, e os gostos do mister não costumam ser baratos; aliás, JJ ainda no sábado fez questão de colocar o dedo na ferida, ao dizer, com todas as letras, que a sua equipa não sabe segurar resultados. E se esta constatação surge ao fim de um ano de trabalho, torna-se evidente que o treinador está a pensar em novos protagonistas para resolver o problema.
Com conquista da Taça de Portugal ou sem conquista da Taça de Portugal, não é difícil antecipar que a temporada de 2021/22, pelas implicações desportivas, sociais e financeiras associadas, será a mais determinante de quantas Luís Filipe Vieira já liderou na Luz.


ÁS – HUGO SILVA

Nas modalidades coletivas, a nível internacional, Portugal já não é só futebol, hóquei em patins e futsal. Às excelentes prestações do andebol e do basquetebol, junta-se agora o voleibol, com presença confirmada na fase final do Campeonato da Europa, depois de concludente triunfo sobre a Noruega. 


ÁS – JULIO VELÁZQUEZ

Não era fácil salvar o Marítimo da descida de divisão, mas o treinador espanhol encarou a missão com coragem e somou os pontos necessários à manutenção. Em ano de despromoção do Nacional, seria dramático para a Madeira perder a representação na Liga. Que esta temporada de todos os sustos sirva de aviso...


DUQUE – MOUSSA MAREGA

Merecia, pelo que deu ao clube, a possibilidade de sair do FC Porto com outra dignidade. Assim, de partida para a Arábia Saudita, paga o preço de um anúncio, quiçá extemporâneo, de nova vida, que feriu a susceptibilidade da administração dos dragões. Mas não é por isso que deixa de ter lugar na história recente dos portistas.