As últimas decisões
Aí está a última jornada da Liga e as decisões finais. Dez equipas ainda estão dependentes deste último jogo para definir o futuro e dessa forma a próxima época. Todas já preparam algumas das questões básicas, mas pelo menos cinco têm fortes condicionalismos. Na realidade, não é o mesmo competir na Liga ou na Segunda liga.
Não há nenhuma protecção para quem desce de divisão, ao contrário do que acontece noutros campeonatos. Torna-se difícil, direi mesmo dramático, para os clubes/SAD conseguirem nestas condições manter contratos com os seus profissionais ou patrocinadores. Este quadro obriga a que se encontrem outras fontes de financiamento, e sinceramente, não vejo grandes alternativas, com excepção à entrada de investidores no capital social das SAD. Isso mesmo tem acontecido, em muitos casos com sucesso. A História e cultura dos clubes tem que continuar a ser respeitada, mas o mercado global não permite que se mantenha a estrutura dos anos 60 do século passado. O desporto profissional continua a ser uma actividade que tem como principal suporte as relações humanas, mas cada vez mais a capacidade económica/financeira estabelece a diferença. Não é possível pretender competitividade quando a dependência de muitos competidores pelas receitas televisivas condiciona todas as suas decisões.
Podemos discutir alargamentos, disciplina, arbitragem, mas o elemento fundamental não deixa de ser o económico. A actual estrutura, de cada um por si em matéria de direitos televisivos e não só, tem que ser modificada. Não há volta a dar. De 5 concorrentes dois serão fortemente penalizados com as decisões de domingo, e de nada valerá saber se foram mais ou menos prejudicados durante a época. E tudo o resto continua na mesma? Assim parece. E haverá vontade de corrigir este quadro? Claro que não! Estamos, e estaremos, orgulhosamente sós na Europa do futebol profissional.