As escolhas de Santos para a Suíça
A Liga das Nações, que deverá permitir um encaixe de 150 milhões de euros à economia portugue- sa, é uma competição em que as melhores seleções europeias apostaram fortemente e que está agora apenas ao alcance de Portugal, Suíça, Inglaterra e Holanda.
E, destas quatro, qual é mais favorita? Obviamente, Portugal, campeão da Europa em título e anfitrião do evento. E o que vale esse favoritismo? Como diria o novo treinador do Flamengo, «bola!»
É preciso recuar 21 anos para ver a equipa da casa a ganhar um Mundial (França, 1998) e 35 para um Europeu (França, 1984)...
Fernando Santos, numa competição-relâmpago, jogada em regime de mata-mata, não necessita de se preocupar por aí além com o desgaste dos jogadores, ao contrário das provas mais longas, que podem chegar aos sete jogos.
Desta vez, o selecionador nacional tem em mãos um dilema diferente daqueles com que se viu confrontado no passado: será que é possível compatibilizar, no mesmo espaço e no mesmo tempo, os quatro jogadores mais vistosos da Seleção Nacional? Ou seja, Fernando Santos estará disposto a colocar Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva, João Félix e Bruno Fernandes no onze inicial? Conhecendo o selecionador campeão da Europa, e sabendo da sua obsessão pelo equilíbrio defesa-ataque, é legítimo que surjam dúvidas. Mas, em exercício académico, imagine-se que Fernando Santos aposta mesmo neste quarteto de luxo. Que enquadramento poderia sustentá-los? Um 4x1x3x2, com Rúben Neves na posição seis, e Bernardo, Bruno e Moutinho, mais à frente, pedindo a cada um destes, e ainda a João Félix, que atuaria nas costas de CR7, um constante compromisso defensivo? Ou um 4x3x3, com a inclusão de um interior esquerdo de cariz mais conservador (William ou Guerreiro...), para equilibrar o que Cristiano Ronaldo não defende? Nesse caso teríamos, por hipótese, um meio campo a três com Rúben Neves, Bruno Fernandes e Guerreiro (ou William) e um trio da frente com Bernardo, Félix e CR7. Ao longo dos anos e das competições, nem sempre tenho concordado com as opções de Fernando Santos. Mas respeito-o o suficiente para lhe dar mais do que o benefício da dúvida. E respeito ainda mais a coragem necessária para, muitas vezes, não ir atrás da solução mais fácil, preferindo a eficácia à nota artística. Dito tudo isto, comigo, jogavam os quatro...