Arbitragem, o feitio do defeito...
Demasiados árbitros do quadro da I Liga olham para o jogo mas não conseguem perceber o que está a acontecer à frente dos seus olhos...
A arbitragem de Fábio Veríssimo no Benfica, 2-Vizela, 1 já dissecada à exaustão do ponto de vista técnico, merece alguns considerandos, porque foi, em grande parte, emblemática do estado do setor em Portugal.
Quem segue o futebol nacional há muitos anos, e tem memória dos casos de Francisco Silva e de José Guímaro, a que se juntaram já neste século as desventuras do Apito Dourado e do Apito Final, sabe perfeitamente, de ciência certa, que a corrupção, pura e dura, existiu na arbitragem e condicionou várias épocas.
Depois do Apito Dourado, e das escutas, autorizadas por um juiz, que chegaram aos ouvidos do mundo, houve uma alteração substancial nas práticas, e surgiu uma nova geração que deixou de ser permeável aos cantos da sereia que acenava, metaforicamente, com quinhentinhos e outras frutas. Entre eles, emergiram árbitros que tiveram momentos de grande qualidade - Pedro Proença, Jorge Sousa, Artur Soares Dias, Duarte Gomes, Pedro Henriques - e outros que, por força de uma renovação de quadros, subiram demasiado depressa, sem terem um conhecimento aprofundado do jogo. Deles nunca tive a ideia de agirem de má-fé, apenas não tinham os apetrechos necessários para desempenhos consistentes, ou seja, o mal não estava na honestidade, mas na competência. E esse é o retrato mais fiel da arbitragem portuguesa ao dia de hoje, aí residindo a explicação para estarmos fora dos grandes eventos.
O trabalho de Fábio Veríssimo na última sexta-feira, na Luz, mostrou-nos alguém que não percebe a maior parte das coisas que estão a acontecer à sua frente. A forma aberrante como decidiu os cartões amarelos a Gonçalo Ramos revelou que estava a olhar para situações que não era capaz de compreender e avaliar. E esta incapacidade de avaliar bem alguns momentos de jogo tem sido uma constante em inúmeros árbitros-proveta que decidem como se estivessem a atirar uma moeda ao ar numa competição de cara ou coroa. O Benfica-Vizela revelou-nos que as teorias da conspiração que apontavam para o prejuízo premeditado do Benfica não tinham base de sustentação. Se assim não fosse, Veríssimo não teria apontado para os onze metros à beira do fim. Do mal o menos, a arbitragem portuguesa não se debate com uma crise de honestidade, apenas de competência.
ÁS - RAFAEL LEÃO
O jovem avançado do Milan está com a corda toda e pintou a manta - dois golos e uma assistência - no derby della Madonnina, ganho pelos rossoneri. Em Itália já lhe puseram preço, nada menos do que 400 milhões, e estamos perante uma mais-valia para a Seleção Nacional, de olhos postos no Mundial do Catar...
ÁS - ERIK TEN HAG
Quatro vitórias seguidas - Liverpool e Arsenal foram duas das vítimas - ofereceram uma nova vida ao treinador neerlandês do Manchester United, que deu a volta por cima a uma situação que chegou a parecer irrecuperável. Já tem a equipa que quer, e no braço de ferro que aceitou disputar com Ronaldo saiu por cima.
ÁS - JOÃO MÁRIO
O campeão europeu tem revelado uma fortíssima personalidade num início de época que tem cumprido com irrepreensível seriedade, apesar de estar a ser utilizado fora daqueles que são os terrenos que está mais habituado a pisar. A mensagem que tem enviado a Roger Schmidt é clara: «Pode contar comigo.»