Apenas com um Mbappé no sapato...
No rejuvenescimento da equipa ‘merengue’, na escolha de Ancelotti e na requalificação do Bernabéu, Florentino viu sempre mais à frente...
QUANDO Florentino Pérez decidiu forçar a saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid houve quem antecipasse anos de chumbo no Bernabéu; quando Florentino Pérez mostrou a porta de saída a Sérgio Ramos houve quem visse, em simultâneo, a mística madridista a mudar-se para o Parque dos Príncipes; quando Florentino Pérez decidiu abreviar a carreira merengue de Keylor Navas, contratando Thibault Courtois, houve quem não percebesse o investimento e prenunciasse uma luta de galos pela baliza blanca, que nada traria de bom ao clube; quando Florentino Pérez foi recuperar Carlo Ancelotti, que tinha assinado uma época assim-assim no Everton, houve quem visse nessa decisão um grito de desespero no meio da deriva; quando Florentino Pérez avançou para o projeto faraónico de recuperação do estádio Santiago Bernabéu não faltou quem se lançasse a adivinhar o fim dos investimentos desportivos; e, finalmente, quando Florentino Pérez afrontou a UEFA com a Superliga Europeia, levantou-se um coro de agoiros quanto ao boicote que Nyon promoveria ao Real Madrid.
Afinal…
Cristiano Ronaldo, provavelmente a maior figura da história merengue, e Sérgio Ramos, ícone do clube, apenas serviram para recordar-nos que os cemitérios estão cheios de insubstituíveis; Courtois veio a transformar-se numa estrela do universo blanco, principal responsável pela conquista da décima quarta Champions do Real Madrid; Ancelotti, no seu estilo suave e pragmático, colou os cacos em Madrid e levou a equipa a uma glória que quase ninguém vaticinava; a UEFA não só não ostracizou o Real Madrid como ainda vai implementar, a partir de 2024, uma nova Champions que dará mais dinheiro aos mais ricos e elitizará, ainda mais, a prova; e o novo estádio, o mais moderno do mundo, vai colocar os merengues muito à frente da concorrência, constituindo-se como polo aglutinador de afición e receitas.
Confesso que subscrevi muitas das críticas feitas a Florentino Pérez ao longo dos últimos quatro anos e não me custa admitir que o presidente do Real Madrid esteve sempre a ver mais longe do que o comum dos mortais.
Para já, a hora é de celebrar o campeão europeu que para lá chegar teve de derrotar Chelsea, City e Liverpool. Uff!!!
ÁS – CARLO ANCELOTTI
Carlo Ancelotti, com a vitória em Paris, descolou de Bob Paisley e Zinedine Zidane e, com quatro triunfos, tornou-se no treinador mais titulado de sempre na Liga dos Campeões. Se a isto juntarmos o pleno de títulos nacionais nos Big Five, temos o retrato de um dos maiores técnicos da história do futebol...
ÁS – JOSÉ MOURINHO
Dono de cinco títulos europeus, e a desfrutar do sucesso da Roma, que levou a um estado de graça como há muito não se via, Mourinho foi grande na forma como saudou o triunfo do Real Madrid na Champions, elogiando o clube nas figuras de Florentino e Ancelotti. O Special One é um monstro sagrado do futebol.
ÁS – VÍTOR CAMPELOS
O play-off de acesso à Liga voltou a ser favorável à equipa do escalão secundário, Chaves repetiu Arouca, e vamos ter Trás-os-Montes de regresso ao convívio do melhor futebol. Em Moreira de Cónegos assistiu-se a uma final vibrante, de estádio cheio e emoção a rodos. Parabéns aos flavienses e honra aos moreirenses.