Amiga Olga

1. «Não vou desistir de mim», disse Bruno Lage antes do Marítimo, quando já era claro que a única forma de não desistir de si próprio era desistir do Benfica. Ganhou o lugar com mérito, perdeu-o com demérito. No relvado e não em restaurantes.
2. Escreveu um dia Valdano sobre Zidane: «Não se perde mesmo quando perde.» Bruno Lage perdeu e perdeu-se (no campo e fora dele). Não é o primeiro conto de fadas que acaba em filme de terror. Nem será o último.
3. Irónica a coerência de uma queda tão incrível quanto a ascensão. De herói improvável a vilão improvável. O tempo dirá se, como treinador, foi só um cometa ou é realmente um planeta.
4. Nota futura: o Benfica não pode ter um treinador muito agradecido pela oportunidade do presidente - foi esse o maior erro de Bruno Lage e outros - mas sim um presidente muito agradecido pela oportunidade do treinador.
5. E agora, quem quer pegar já no Benfica para ficar com o epílogo de um campeonato perdido por outro e com o risco de, perdendo a final da Taça, ficar logo sob pressão para 2020/2021?
6. Apesar da indisponibilidade de Jorge Jesus para voltar agora ao Benfica, ficou claro que a sua passagem pelo Flamengo foi a catarse que a maioria dos benfiquistas precisava para voltar a aceitá-lo e até a desejá-lo.
7. Quanto a Luís Filipe Vieira, com Bruno Lage morto tem de livrar-se rápido do corpo porque há eleições para ganhar, mesmo sem alternativa forte e credível. Entretanto, o clássico agarrem-me ou vou-me embora...
8. O Benfica faz lembrar cada vez mais o antigo concurso da Amiga Olga. «O dinheiro ou a chave (do sucesso desportivo, neste caso)?» A escolha não varia. E na Luz também há um rapaz do gongo dourado: Jorge Mendes.
9. E quando se investe, investe-se muito mal. Saudações de Douglas, Ferreyra, Lema, Corchia, Conti, Castillo, Caio Lucas, RDT, Cádiz, Arango, Yony... São só alguns dos mais recentes.