A integridade no desporto
A promoção dos melhores valores no desporto, eis o mote para a ação da SIGA
T IVE o grato prazer de participar ontem na cerimónia de abertura da Sport Integrity Week, conferência internacional organizada pela SIGA (sigla para Sports Integrity Global Alliance), que decorrerá ao longo da semana na Universidade Nova, em Carcavelos.
Para quem não está familiarizado com a instituição ou com o que pretende alcançar, queria dizer-vos que o mote assenta numa premissa nobre e respeitável: a promoção dos melhores valores no desporto.
A SIGA (que tem no português Emanuel Macedo Medeiros o seu CEO) representa aquilo que de melhor se espera em qualquer atividade desportiva: honestidade, inclusão, igualdade, legalidade, transparência, lealdade, desportivismo e integridade. Mas a verdade é que numa área tão sensível - porque demasiado poderosa, logo exposta a todo o tipo de intenções - os desafios são sempre elevados.
Uma das formas mais eficazes de garantir que as metas são atingidas é orientando as palavras para a ação. Por cada evento realizado, por cada momento de reflexão criado, por cada palestra ou colóquio organizados, o SIGA alcança um conjunto de compromissos que são postos em prática através de sistemas de controlo próprios ou por via do apoio de parceiros globais, sempre disponíveis para procurar a mesma finalidade.
Para que tenham uma ideia, só nesta conferência participarão cerca de 170 palestrantes de áreas tão diversas como o desporto, a política, os media, a sociedade civil, detentores de direitos, entre outros. Só durante este evento serão fechados acordos específicos com a ONU, Liga Portugal, Liga Dinamarquesa de Futebol, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Lunex e Eurovision Sport, que se juntarão a tantos outros firmados ao longo da sua ainda curta existência.
Em termos práticos, o que o SIGA está a tentar fazer - e precisa do envolvimento de todos nós - é conquistar, no terreno, aqueles que são os objetivos de qualquer pessoa que ame o desporto e espera que ele seja cada vez mais apaixonante e cristalino. Que seja lugar limpo, sem corrupção, sem desvios, sem faltas de ética, sem abusos nem ilegalidades.
O mundo do desporto é hoje uma das montras mais prestigiantes do mundo. Não há ninguém que o ignore. É mais poderoso do que qualquer outro universo, porque junta componentes de poder, assentes em variáveis tão dispares como são a razão e a emoção. O que ele oferece é raro, por isso valioso, muito valioso.
Algo assim tem que ser muito estimado. Algo assim tem que ser bem tratado e escrutinado.
É fundamental que existam organizações deste género, capazes de assegurar formas de controlo sérias, independentes e criteriosas. A proteção dos mais jovens, o ataque cerrado às apostas ilegais e a exposição à justiça de qualquer fenómeno de corrupção são apenas três dos muitos exemplos que devem ser a sua prioridade, a toda a hora.
Ontem, na sua curta intervenção, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Dr. José Manuel Constantino, dizia o seguinte: «O que se pretende é um desporto sem batota e sem atropelos à verdade desportiva. O desporto carrega uma responsabilidade social necessária para vincar a sua credibilidade, de forma a não violar os princípios fundamentais atribuídos pela sua matriz fundadora. A credibilidade do desporto e de todos os seus agentes é, na verdade, o peso que ele tem na sociedade. O seu grande desafio, perante as inúmeras ameaças que o rodeiam, é o de manter essa imagem a todo o custo. A vitória deve ser daquele que é melhor e mais forte, respeitando as regras da competição e do fair play. É por isso que saúdo a SIGA e todos aqueles que lutam para que o desporto seja uma atividade honesta, limpa e séria.»
Faço minhas as palavras de quem sabe tanto mais do que eu.
Parabéns, caro Emanuel. Em frente!