A década do centenário
NESTES segundos dez anos do presente século, a FPF comemorou o seu centenário. Fundada em 1914, iniciou nesse ano um percurso que a tornou a mais importante federação desportiva nacional. A sua implantação foi crescendo ao longo do século, mas estes últimos anos ficarão como os que marcaram o fim do quase que ganhamos para o vencer efectivamente. Isto sem nenhum desprimor para a fantástica campanha de 1966, que só não nos permitiu aumentar as possibilidades de vencer o Mundial, pela cedência que o nosso poder político e desportivo teve para com a Inglaterra. Não devíamos ter abdicado de jogar a meia-final em Liverpool. A visão foi de um interesse pontual, infelizmente não se percebeu a dimensão de jogar a final de um Mundial. Igualmente as campanhas nos Europeus de 1984, em França, 2000 na Holanda/Bélgica e a de 2004, em Portugal, bem como o Mundial de 2006, merecem referência especial. Mas foi em 2016, com a vitória no Europeu, que concretizámos o sonho há tantos anos perseguido, e esta época voltamos a vencer a primeira Liga das Nações. Se juntarmos a isto as campanhas de todas as outras equipas nacionais, da formação masculina ao futebol feminino, do futsal ao futebol de praia, do reconhecimento dos treinadores, jogadores e dirigentes, chegamos à conclusão que vivemos o período de maior sucesso das equipas nacionais.
Ao longo destes anos, este percurso também realizado pelas equipas de clube, criou outro tipo de problemas. A globalização permitiu o estabelecimento de diferentes relações, passámos a ser exportadores de excelência, com todas as vantagens inerentes, mas por outro lado o mercado interno enfrenta questões estruturais que só terão solução com uma visão de conjunto. Esse é o maior desafio para a nova década. Estamos a entrar nos anos vinte, talvez seja bom não esquecer os vinte do século passado, só como ensinamento histórico.