A Champions não está à venda

OPINIÃO17.08.202004:00

Em quatro anos, Guardiola gastou quase 780 milhões a reforçar o Man. City. Só investidos em centrais e laterais foram 356,  a que se somam os 69,5 milhões dedicados a guarda-redes. São 425 milhões só para a defesa, o que não é o mesmo que dizer para o processo defensivo, mais abrangente. Reformulo: mais de metade do dinheiro saído da família real de Abu Dhabi foi canalizado para melhorar a forma como o City defende. É verdade que escapou, vá lá saber-se como, ao controlo do fair-play financeiro, e recuperou cerca de 247 milhões em vendas, mas não deixa de ser um número assombroso. E o City, ou melhor Pep - cujas dificuldades nas transições defensivas atravessam as fronteiras britânicas - continua sem evoluir. Nunca a pressão alta e a regra dos seis segundos para voltar a ter bola funcionaram como nos tempos de Barcelona.


Em quatro épocas, os citizens ganharam duas Premier, uma Taça, três Taças da Liga e duas Charity Shield. Nem um troféu europeu para amostra. Agora,  foram eliminados pelo Lyon, em 2018/2019 pelo Barcelona e, no ano anterior, o carrasco chamou-se Liverpool. Sempre nos quartos. Pior só na primeira presença, com a queda nos oitavos diante do Mónaco de Jardim e… Bernardo Silva.
O Bayern foi campeão europeu com Heynckes antes da sua chegada e poderá estar perto de voltar a sê-lo, obra do ex-adjunto Hansi Flick. Alphonso Davies, uma das grandes figuras, custou dez milhões. O Bayern é hoje também uma máquina pressionante. Perdeu-se entretanto, mas o  Barcelona chegou a ganhar sem Pep. O contrário é que já não é verdade.  Guardiola  pode ser um génio, mas a fórmula está longe de estar acabada.


P. S. - Com Lyon e Leipzig entre os melhores quatro conjuntos, já podemos deixar de qualificar a participação do Benfica na Champions esta temporada um fracasso? Nunca fez grande sentido.