A bandeira da União Europeia na Ryder Cup
O símbolo da Ryder Cup, competição bienal de golfe que começou ontem em Paris, França, opondo Estados Unidos à Europa, exibe as bandeiras dos EUA e da União Europeia. A primeira representa uma república federal, com estados autónomos mas subordinados a leis federais, logo um país; a segunda, azul com estrelas amarelas, representa uma união entre estados independentes, não um país.
A União Europeia não pode adotar legislação desportiva diretamente, está limitada a recomendações e acompanhamentos. Isto quer dizer que não pode formar equipas desportivas. Mas como a organização da Ryder Cup decide usar as bandeiras para representar os circuitos americano e europeu, e uma vez que a UE nunca se queixou de uso indevido de símbolos, pergunta-se: estamos nós, europeus portugueses, em competição? Na verdade não. O caso, porém, pode começar a mudar. O presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, sugeriu recentemente que os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, já possibilitem a identificação de atletas europeus. Ou seja, um português usaria a bandeira nacional e, ao lado, também a europeia. O tema, claro, tem sido por estes tempos inevitavelmente arrolado ao Brexit - há dias, no Guardian, um dos capitães da Europa na Ryder Cup, o dinamarquês Thomas Bjorn, lembrou a importância de competir contra os americanos lado a lado com os britânicos. Há gente a pensar no assunto. E compreende-se, aliás: nos Jogos de 2016 uma equipa sob estandarte da UE teria somado 223 medalhas, destacando-se como potência mundial, expressivamente acima das 84 dos EUA, 51 da China e 38 da Rússia. Tal não contemplaria nada de desportivo, porém. Seria tudo político.