40 anos de presidência

OPINIÃO21.04.202206:55

O mais titulado presidente do mundo é português, portuense e sempre fiel à Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto

FOI em abril de 1982, precisamente no dia 17, que Jorge Nuno Pinto da Costa foi eleito presidente da Direção do FC Porto. No dia 23 ocorreu a tomada de posse do primeiro mandato. A partir dessa data tudo mudou a uma velocidade intensa, com uma mentalidade nova, determinada e confiante. Seguiram-se os troféus de vitórias nacionais e internacionais em várias modalidades e passados dois anos o clube atinge a final da Taça das Taças. Seguem-se mais títulos e começa um novo ciclo de grandes vitórias: Taças dos Campeões, Taça Intercontinental e Supertaça Europeia. Nada ficou como dantes. Uma nova fase de prestígio global. Além do único pentacampeonato no futebol português, seguem-se conquistas imparáveis e o reforço da imagem internacional do clube, como marca valiosa. Para além das vitórias, o presidente Pinto da Costa (sem esquecer o apoio imprescindível do treinador José Maria Pedroto), com os adeptos, conseguiu lutar contra um centralismo retrógrado e assim valorizar o País no seu todo. Criada a Futebol Clube do Porto, Futebol SAD, o clube consegue uma evolução indispensável que vai ter na construção do Estádio do Dragão um crescimento exponencial, iniciando nova fase de grande reconhecimento e novas vitórias nacionais e internacionais. Os complexos do passado, do País em relação a Lisboa, foram superados com a ação e as vitórias do FC Porto, que assim ajudou a mudar a forma de vivermos Portugal, com os mesmos direitos para todos. Essa primeira eleição tornou-se decisiva para o crescimento imparável do clube. O presidente e o FC Porto alcançaram um prestígio à escala global, sem deixar de manter o que nos caracteriza: somos uma família! Seguiram-se novos ciclos de vitórias nacionais e internacionais, bem como a construção do pavilhão, junto ao estádio. Em número de títulos em todas as modalidades, a presidência de Pinto da Costa alcançou mais de 80% do total, desde a fundação. O clube procura reforçar constantemente a sua mística, ultrapassar obstáculos que sempre surgem, alcançando metas que nos unem cada vez mais. O Museu no Estádio foi mais uma vitória fantástica pela inovação que trouxe. O mais titulado presidente do mundo é português, portuense de gema e sempre fiel à Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto. 

Falar do FC Porto é obrigatoriamente falar do presidente, um exemplo universal, que muito nos orgulha e a quem endereçamos os mais sinceros votos de parabéns, bem como a nossa sincera e indestrutível amizade. Continuamos a tentar conquistar sempre mais títulos, nas diversas modalidades. Mas a maior ambição continua a ser a construção sistemática de um presente e futuro melhores, alicerçados num passado brilhante. As reações não são instantâneas nem impensadas porque tudo é planeado, ao pormenor. O presidente afirmou: «Esse é o meu sonho e a melhor alegria que eu possa ter quando sair, ver que o FC Porto vai ficar melhor do que aquilo que é.» Pinto da Costa não é só um grande presidente, ele é o FC Porto. Para podermos manter essa liderança herdada tem de haver uma sequência ao nível do clube. Sugiro Sérgio Conceição para presidente e Vítor Bruno para treinador principal, para se cumprir o desejo que o presidente manifestou. Mas porquê o Sérgio Conceição, perguntarão alguns. Porque o Sérgio revelou as características de Pedroto mas também as de Pinto da Costa: a personalidade coerente, a coragem de enfrentar os desafios, sejam quais forem, a tenacidade até conseguir o que pretende, mantendo o caráter que não permite centralismos sempre abusivos e inaceitáveis, utilizando a sua experiência, sabedoria, dedicação, perseverança e paixão pelo FC Porto, com a modernidade e a raça de Ser Porto, a persistência e entrega total às tarefas a que se dedica. Essa é uma sugestão com humildade, que penso poder ser uma aposta ganhadora de futuro para manter o clube no caminho do topo, inclusivamente nas competições europeias. 
 

Pinto da Costa celebrou o 40.º aniversário na liderança do FC Porto


ESSE NÃOÉ O CAMINHO! 

A UEFA passa a exigir, num novo licenciamento para as competições europeias, a obrigação de os clubes criarem escalões femininos. Sem impedir a participação nas provas europeias, os clubes que não tiverem futebol feminino sofrerão sanções monetárias. Por vezes a UEFA tem decisões retrógradas, ao não entender que a prepotência nunca dará frutos positivos. Pelo contrário, se o objetivo é potenciar o desenvolvimento do futebol feminino, em vez de ameaças é muito mais útil incentivar, apoiar, valorizar do que utilizar prepotência. Impor futebol feminino como obrigatório é erro pedagógico. Todos desejamos que o futebol feminino continue a crescer com sustentabilidade, porém essa mentalidade de obrigação e ameaça de multas não valoriza nada nem ninguém. A Comunicação Social divulgou uma ameaça e não uma perspetiva de desenvolvimento com entendimento. Ficam dúvidas sobre se não será caso para recorrer ao Tribunal Europeu por abuso de autoridade e limite à liberdade. Quanto mais alto for o cargo e a entidade, para obter resultados positivos, é urgente saber como motivar e fazer, pois todos queremos que o futebol feminino continue a desenvolver-se cada vez mais. Pelo autoritarismo, contrariam as mais elementares e positivas estratégias. Que o futebol feminino se desenvolva pela afirmação e apoio mas nunca por imposição! Inaceitável, a decisão da UEFA: esperemos que consigam consultar especialistas e construir pontes para navegar com tranquilidade. Pensem bem, pois como obrigação estão a desvalorizar o próprio futebol feminino, que dizem querer reforçar. Há realmente uma margem de progressão muito grande para o futebol feminino. Países que o querem desenvolver, além de muitos apoios aos clubes, investiram também nas infraestruturas para construir mais campos com qualidade e, por isso, não faltarão mais atletas e mais clubes, de forma natural e desportiva. 
 

ASSIM NÃO! 

P RATICAMENTE em cima da data do FC Porto e Sporting, para decidir um dos finalistas da Taça de Portugal, foram divulgados castigos que ao Sporting não prejudica e ao FC Porto são cirúrgicos. Todos sabemos que não há coincidências e que se trata de mais uma decisão do Conselho de Disciplina, cuja presidente manifestou, no passado, uma aversão pessoal ao presidente do FC Porto. É notória uma tendência que indicia eventual intenção de querer participar nesse jogo, de uma forma parcial, por mais argumentos que se possam apresentar. Para mim foi intencional, parcial e inaceitável a escolha da data para anunciar as sanções. Quem pretende eventualmente criar mais uma guerra entre clubes deveria colocar o cargo à disposição e sair com fair-play, o que parece praticamente impossível. O desprestígio para o nosso futebol nasce também dessas situações que vão aumentando e potenciando conflitos. Demissão seria o melhor golo para o futebol nacional. 
 

FUTURODAS LIDERANÇAS 

DISCUTE-SE se os modelos de organização dos clubes vão mudar profundamente. A questão de uma liderança coletiva não inviabiliza a força e importância do presidente. Não se trata de uma nova fase, mas antes de competência, capacidade de motivação, de estratégia e de decisão. Em termos nacionais, durante anos valorizou-se, muitas vezes, um presidencialismo de circunstância, colocando todos dentro do mesmo modelo. Porém, a liderança eficaz de um presidente não pode ser atitude de imitação, muitas vezes valorizado por hábito e não pelos resultados. O caso do Barcelona, cujo líder falhou redondamente ao colocar cerca de 35 mil bilhetes à venda, sem defender os adeptos locais, foi um erro enorme, certamente com efeitos no resultado e ainda por cima com abandono de adeptos do Barcelona. Ficou a ideia de o clube espanhol estar a jogar fora de casa. Não basta pedir desculpa, nem reconhecer o erro, que pode ter contribuído para a eliminação do Barça, é preciso pensar muito e bem, sempre em prol do clube, com decisões acertadas que defendam os seus interesses. A questão principal é a competência e capacidade de liderança, seja com uma governança conjunta ou com a decisão final sempre do presidente. Há presidentes e direções de clubes que resolvem as questões num improviso ou por reações a resultados negativos, como se fosse lógica essa forma: nunca é útil para ninguém. O conhecimento, a sagacidade, a capacidade de previsão e escolha não podem ser por palpites mas com a convicção de quem acompanha o futebol e consegue prever as oportunidades para avançar com segurança. Depois há os que são excecionais, que nasceram e se prepararam para liderar com eficiência. 
 

REMATE FINAL  

Parabéns à nossa Seleção de Andebol pelo brilhante apuramento para o Mundial-2023, com vitória excecional nos Países Baixos.

A Académica de Coimbra desceu à Liga 3. Tristeza mas também esperança que, o mais breve possível, com uma forte união, se consiga a força para que um dos clubes históricos possa voltar aos patamares que merece. A cidade tem de saber criar as condições para elevar o clube para onde deve estar. Coimbra tem de renascer para a dimensão que merece, sem divórcios mas antes com o rigor e a mobilização que permitem um desenvolvimento integrado. Eferreá, Académica.