‘Love’
Quando uma equipa ganha os seus jogos, as lacunas que tem são, muitas vezes, ignoradas. Quando perde parece que só tem aspectos negativos. O factor emocional tem sempre uma importância enorme na avaliação dos adeptos. Em pouco tempo o estado de espírito se altera.
Uma equipa antes ofensiva passa a não saber defender. Uma equipa equilibrada deixa de o ser. Os momentos de instabilidade acontecem a todas as equipas durante uma época desportiva. Em uns casos de forma mais visível e acentuada, em outros de modo mais passageiro. A diferença está na forma como se consegue vencer esses momentos. Aqui está o segredo, reagir aos momentos de adversidade e vencer o mais rapidamente possível.
Para se ter capacidade de reacção a estes momentos, é necessário ser, e ter, uma equipa. Phil Jackson, um dos treinadores mais marcantes da NBA, afirmou que para vencer era necessário, entre outras coisas, ter bons jogadores, talento de nível superior, ser resistente e também ter sorte. Mas nada disto se conseguia sem... love. Este amor significa a relação entre todos os membros da equipa, a começar pelos jogadores. Eles são o mais importante, mas não o único elo. Todos os que trabalham com a equipa são importantes e têm que sentir isso. Construir estas ligações obriga a ultrapassar muitos obstáculos, com avanços e recuos no processo. Podemos apelidar esta construção de identidade da equipa, ADN, ou simplesmente... love.
A verdade é que é um processo que não se consegue quantificar, seguramente demora algum tempo. Variável consoante os casos. Perceber e aceitar os outros, ser exigente mas também tolerante, não é tarefa fácil. Falta sempre tempo. As vitórias dão esse tempo, ajudam a consolidar. Contudo é na adversidade que se avalia em que estado está a equipa. Quando se é derrotado, e a responsabilidade exclusiva do mau momento é sempre do mesmo elemento, que significa normalmente o treinador, então há ainda muito para trabalhar na construção da equipa.