Mundial: «Surpreendam-me uma vez mais!»

Patrice Lagisquet despede-se do comando dos Lobos frente às Fiji. Pede aos jogadores que apreciem cada segundo. Fijianos respeitam seleção portuguesa.

«Só quero ver se conseguem surpreender-me uma vez mais e alcançar o sucesso que merecem por tudo o que têm dado desde o início. Tenho a certeza de que [qualquer que seja o desfecho] não mudará o que sinto por esta equipa, mas só quero partilhar mais uma vitória, mais uma coisa boa com eles». 

Estas foram as palavras de Patrice Lagisquet, em forma de despedida e agradecimento, na última conferência de antevisão no Mundial de França-2023, em Blagnac, a pouco mais de 48 horas do último jogo do Campeonato, que oporá Portugal às Fiji (domingo, 20h00), em Toulouse.

«Quero que apreciem cada minuto, cada segundo, mesmo que os últimos dias tenham sido difíceis para mim porque eu, tal como jogadores, adorei o que fizemos desde 26 de junho. Só quero partilhar com eles estes últimos minutos de competição», confessou o selecionador em fim de ciclo na Seleção, visto ir deixar o cargo que ocupava desde julho de 2019, apesar de ter sido convidado a continuar.

Para a última dança dos Lobos e de Lagisquet, o francês deixou de fora três jogadores que ainda não se estrearam entre os 23. «Seria muito mais fácil para a equipa técnica dar a oportunidade a todos do grupo de jogarem no Mundial, mas como esta equipa demonstrou uma capacidade tão grande de competir contra qualquer adversário, decidimos manter a mesma linha e mentalidade», justificou.

Para José Lima, de regresso aos XV, o pensamento é transversal a toda a comitiva. «Estamos bastante ansiosos e com vontade de jogar este jogo e acabar bem», começou por dizer. «É um ciclo que termina, tanto dos treinadores como de alguns jogadores, e estamos concentrados em acabar bem e, se possível, com uma vitória», assumiu o vice-capitão.

«Estamos preparados para um grande jogo», garantiu Nicolas Martins, totalista de lobo ao peito. «Joguei todos os jogos, mas outros jogadores fizeram o seu trabalho nos diversos encontros», acrescentou o lusodescendente.

Olhar para Portugal como uma final

O duelo frente a Portugal que pode carimbar a terceira passagem aos quartos de final das Fiji (Nova Zelândia-e França-2007) num Mundial está a ser encarado como uma final pela seleção do Pacífico Sul.

«Estamos preocupados com [o jogo de] Portugal. Ignorar isso seria desrespeitoso. Será um encontro muito difícil», realçou Simon Raiwalui, selecionador fijiano, ao ser questionado sobre o adversário dos quartos. «Queremos dar o melhor de nós e se o fizermos, o resultado falará por si». «São uma equipa apaixonante, não estamos a encarar Portugal de forma ligeira. É uma outra final para nós», realçaram ainda Temo Mayanavanua e Vilimoni Botitu.