Henrique Rocha: «Não fazia sentido ir para os Estados Unidos»
Henrique Rocha com o troféu de campeão nacional absoluto (Sara Hawk)

Henrique Rocha: «Não fazia sentido ir para os Estados Unidos»

TÉNIS31.01.202409:16

PARTE 3 - Henrique Rocha vai fazer a estreia por Portugal na Taça Davis, depois de um ano de 2023 no qual teve uma rápida ascensão no 'ranking'; iniciou 2023 em 850.º da hierarquia mundial e terminou a temporada dentro do 'top-250'; o tenista português de 19 anos falou ao jornal A BOLA para contar como chegou até aqui

- Queria voltar um bocadinho mais atrás na tua vida. O Francisco [Rocha], o irmão, estudou na Universidade do Tennessee, mas o Henrique ingressou no CAR desde os 15 anos. Alguma vez ficou tentado a ir para os Estados Unidos

Não, o Francisco foi para os Estados Unidos porque ele na altura até tentou entrar aqui no CAR, mas não conseguiu e, por isso, foi para os Estados Unidos. Eu com 15 anos tive a opção de vir para o CAR, ou seja, seguimos outros caminhos. Nunca pensei em ir para lá nunca, porque o trabalho que estávamos aqui a fazer melhor do que alguma vez poderia ser lá num college. É muito mais específico aqui e mais profissional, diria eu. Lá evoluem bastante porque é um circuito muito competitivo, mas são equipas de oito, nove jogadores com dois treinadores. A atenção que dão a cada um não é igual. Apesar de naquela altura ser o melhor para ele, para mim, aos 18 anos, não me fez tanto sentido. 

- Como foi para os pais terem um filho nos Estados Unidos e outro no CAR? 

- Não foi fácil, principalmente porque fomos mais ou menos ao mesmo tempo. A adaptação não foi fácil, principalmente no primeiro ano é sempre um choque. Agora já têm o meu irmão de volta, já passa mais tempo em casa, mas ao mesmo tempo está sempre a viajar pelo país e pelo mundo a jogar torneios. E eu estou em Lisboa. Vou tentando sempre ir ao Porto e às vezes consigo, especialmente quanto há provas no Norte.

Henrique Rocha: «Quero jogar o quadro principal de um Grand Slam»

31 janeiro 2024, 09:00

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PARTE 1 - Henrique Rocha vai fazer a estreia por Portugal na Taça Davis, depois de um ano de 2023 no qual teve uma rápida ascensão no 'ranking'; iniciou 2023 em 850.º da hierarquia mundial e terminou a temporada dentro do 'top-250'; o tenista português de 19 anos falou ao jornal A BOLA para contar como chegou até aqui

- E quantas vezes foi possível? 

- Nunca fiz bem as contas. Há sempre um ou outro evento lá, mas diria que passo cerca de sete ou oito fins de semana, durante um ano. Por exemplo, com os Challengers de Braga e do Porto, consigo dar sempre lá um saltinho a casa, passar uma noite na minha cama, que ajuda sempre muito.

- Se calhar não é tão emblemático como o Open de Estoril, mas também venceu o campeonato nacional absoluto, uma prova em que chegou como favorito, apesar de nunca ter vencido um encontro aqui. Isso foi algo que o incomodou? 

- Não, no ano anterior [2022] tinha perdido com o meu irmão, o Francisco, e perdi com o Fábio [Coelho], em 2021, um ano antes de ele se tornar campeão. No ano passado, cheguei lá como favorito, na teoria. Sabia que havia jogadores que naquelas superfícies se adaptariam melhor que eu, como o Jaime [Faria], porque não sou um jogador que tenha um serviço muito potente ou que faça grande mossa a jogar em piso coberto.  Mas lá soube-me adaptar. Houve alguns jogos naqueles dias em que não estava a sentir-me tão bem, mas que fui encontrando outras estratégias e agarrei-me a pequenas coisas que estavam a sair bem naquele dia. 

- Relativamente ao Jaime Faria, reparei que em 2023 enfrentaram-se quatro vezes em torneios ITF e o Henrique venceu todos estes encontros. Há aqui aí uma rivalidade amigável? 

- Sim. Nós jogamos muitas vezes os mesmos torneios, portanto é normal que nos cruzemos. Ganhei-lhe os quatro jogos, mas no ano anterior ele foi melhor. É uma questão de momentos. Claro que é uma rivalidade sempre amigável e acho que isso é bom para puxarmos muito um pelo outro. Acho que só nos ajuda. Às vezes entramos nestes joguinhos de brincadeira, acabamos sempre por nos ‘picar’ um bocadinho, como é normal, como todos os amigos fazem. 

Henrique Rocha: «Quando entrei pela primeira vez no court central estava a tremer»

31 janeiro 2024, 09:10

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PARTE 2 - Henrique Rocha vai fazer a estreia por Portugal na Taça Davis, depois de um ano de 2023 no qual teve uma rápida ascensão no 'ranking'; iniciou 2023 em 850.º da hierarquia mundial e terminou a temporada dentro do 'top-250'; o tenista português de 19 anos falou ao jornal A BOLA para contar como chegou até aqui

- Como reagiu ao facto de Fábio Coelho ter de desistir de uma carreira profissional, aos 23 anos, devido a questões monetárias?

- Para além de um jogador, é um grande amigo meu e vai para a vida toda, sem dúvida. Acho que pode ser um grande treinador, espero que tudo lhe corra bem na carreira profissional. Como amigo, ele sabe que vou estar sempre por cá e trocámos muitas vezes umas mensagens e ainda no outro dia ele apareceu aí nos cobertos e dei-lhe um forte abraço. Acho que é sempre uma boa companhia para os torneios, faz-nos rir muito e gosta muito de estar. Foi uma tristeza para vê-lo sair de ténis como jogador, mas sei que vai estar sempre presente como treinador e de certeza que irá estar em grandes palcos como treinador e espero tudo de bom para ele.