Dragão levou banho turco em Istambul

Dragão levou banho turco em Istambul

BASQUETEBOL13.03.202420:45

FC Porto não conseguiu repetir a eficiência da 1.ª mão na Dragão Arena e permitiu que o Bahcesehir College jogasse em transição e com facilidade nos lançamentos de três pontos. Foi o descalabro. (notícia atualizada)

Sem dó, nem piedade. Foi assim que correu a 2.ª mão dos quartos de final da Taça Europa, disputada no Ulker Sports and Event Hall, em Istambul, onde o FC Porto foi esmagado pelos turcos do Bahcesehir College por 88-52 (31-14, 22-14, 18-16, 17-8) numa partida em que nunca chegou a liderar e a única igualdade aconteceu aos 6-6. Resultado que desfez o sonho de atingir a meia-final, objetivo nunca concretizado por um clubes português.

Depois do brilharete na 1.º mão disputada uma semana antes, o FC Porto sabia que para passar à meia-final tinha a seu favor uma vantagem e a cumprir uma máxima que não podia falhar nos 40m que faltavam.

A vantagem: a diferença de dez que conseguira na Dragão Arena. A máxima: não cometer erros. Sobretudo na defensa, de forma a tentar travar o jogo em transição que os turcos, vencedores na prova em 2022, tanto gostam, assim como reduzir a hipótese de lançarem para lá da linha de três. Outro dos pontos fortes de um adversário a quem os dragões haviam interrompido um ciclo de 11 vitórias. Falharam em tudo.   

Os azuis e brancos entraram pouco efetivos, pestanejaram e… quando reabriram os olhos era o descalabro. Reduziram os 6-2 aos 2 minutos a 6-6 num triplo de Cleveland Melvin (6 pts, 5 res), estrela maior do primeiro embate, com direito a lance livre. E depois, levaram um banho.

Os donos da casa, com destaque para Tony Taylor (4 res, 5 ass) com 12 dos seus 15 pontos até ao intervalo (53-28), e Tyler Cavanaugh (6 res), com 12 de 16, foram os principais protagonistas da falta de efetividade do conjunto português que começou num arrasador parcial de 17-0 (23-6) que sangrou até aos 22-2 (28-8), ainda com 2.14m para jogar no quarto inaugural. A vantagem pontual que tanto custara a assegurar esfumara-se logo aos 4.28m (17-6). E os dois pontos conseguidos pelo FC Porto foram da linha de lance livre, por Aaron Harrison (11 pts, 4 res).

O 2.º período não foi melhor, pois o Bahcesehir, que na fase de grupos também ultrapassou o Sporting, voltou a secar o conjunto de Fernando Sá noutra sequência de que levou ao primeiro fosso de 25 pontos. Quando acabou o primeiro tempo os turcos registavam 6/8 em triplos (75%) e 12/18 em lançamentos de 2 (66,67%), aproveitando ainda as 14 faltas dos visitantes para somarem mais 11 pontos (11/15) de lance livre.

Isto sem contar com 15 pontos obtidos em contra-ataque, face a zero do FC Porto. Tendo em conta que na tentativa de resposta em triplos os azuis em brancos estavam com 4/14 e 5/14 em lanç, de 2… a tarefa apresentava-se hercúlea para a 2.ª parte.

E foi. Os dragões, que apenas tiveram Phil Fayne (10 pts, 4 res) a acompanhar Harisson entre os que chegaram à dezena de pontos - Melvin desaparecera há muito em combate -, nunca mostraram soluções e capacidade para, pelo menos, fazer o adversário temer a reviravolta.

 Até porque no derradeiro quarto a diferença passou para as três dezenas, tendo chegado a atingir o máximo de 38 pontos (86-48) a pouco mais de 2, do fim. Um sonho que parecia bonito e possível de ser concretizado transformara-se num pesadelo.

No final o treinador Fernando Sá, em declarações ao site do clube, centrou o discurso sobre o percurso da equipa até aos quartos de final pela segunda temporada consecutiva: «Só nos sentimos como nos estamos a sentir porque fomos sonhando e trabalhando para podermos, uma vez mais, fazer história nas competições europeias, algo que já tínhamos feito ao vencer o primeiro jogo. Ficámos pelos quartos de final, como na época passada, mas há muito mais qualidade na edição deste ano. Fomos lutando contra diferenças enormes e só conseguimos chegar até aqui porque nos fomos sempre superando. Parabéns a toda a equipa, pois tenho muito orgulho em fazer parte dela.»