Todos a ver estrelas em Orlando (com alguns portugueses)

Futebol Todos a ver estrelas em Orlando (com alguns portugueses)

INTERNACIONAL24.06.202322:19

José Peseiro (como treinador), Nani (como jogador) e João Félix (como espectador) foram os três representantes de luxo do futebol português a marcar presença na segunda edição do The Beautiful Game [jogo bonito], espetáculo promovido pelos antigos astros brasileiros Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho e disputado no Estádio Exploria, propriedade do Orlando City, na cidade de Flórida.


«Foi muito bom estar de volta a um lugar tão especial para jogar no Beautiful Game. Foi uma noite divertida, estou muito contente por ter partilhado o campo com tantas estrelas. Obrigado pelo convite», escreveu Nani,  que representou o clube americano de 2019 a 2021 (77 jogos e 28 golos), transferido do Sporting, após a segunda passagem pelo emblema de Alvalade. O antigo internacional português, de 36 anos, deu indicações de estar recuperado da rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo que sofreu em janeiro ao serviço do Melbourne Victory (Austrália), clube que já deixou.  


Vinícius, avançado do Real Madrid, acabou por ser a estrela cintilante do jogo, desta vez pelas melhores razões. O desconcertante futebolista, de 22 anos, que sobretudo em Espanha em alguns estádios longe do Santiago Bernabéu tem sido alvo de insultos racistas, contando com o apoio de todo o mundo futebolístico, apareceu a jogar de forma descontraída e inspirado ou não por novo visual (de tranças), protagonizou dos lances mais vistosos do desafio, como toques de letra, bicicletas, etc. Vinicius, com o número 7 nas costas, até num dos dois golos que marcou arrancou gritos aos espectadores de «dança, Vini, dança». Em contraste, depois de falhar um golo cantado, aproveitou a oportunidade para se dirigir às bancadas e autografar várias camisolas.


O amigável terminou com a vitória dos amigos de Ronaldinho Gaúcho (orientados por Ronaldo Fenómeno), por 4-3, com golos do nigeriano Jay-Jay Okocha (integrou a inesquecivel equipa das super águias da década de 90), Cafú (bicampeão do mundo pelo Brasil em 1994 e 2002, além de recordista de jogos pela canarinha, com 142), do neerlandês Patrick Kluivert, do próprio Vinícius que marcou também pela equipa de Roberto Carlos, dirigida por José Peseiro. Este, como adjunto de Carlos Queiroz, orientou Roberto Carlos e Ronaldo Fenómeno no Real Madrid (2003/2004), tendo festejado uma Supertaça espanhola à custa do Maiorca, de Jaime Pacheco. «É um orgulho e uma alegria ser convidado para treinar a equipa de Roberto Carlos contra a equipa de Ronaldinho Gaúcho nesta edição do Beautiful Game. Sabe bem rever tantos amigos do meu tempo no Real Madrid…I love this game! [Eu amo este jogo]», sublinhou nas redes sociais antes do jogo o técnico, de 63 anos, atual selecionador da Nigéria e que já garantiu a presença na fase final do CAN-2023 (Costa do Marfim, de 13 de Janeiro a 11 de fevereiro de 2024).


José Peseiro, mais tarde, conversou com o nosso jornal acerca desta (rica) experiência: «Já estive em quatro outros eventos destes, pelos amigos do Figo e os amigos do Ronaldo, mas nos últimos anos não tem havido espetáculos que tenham reunido tantas estrelas antigas e atuais. Foi um privilégio estar com antigos meus jogadores no Real Madrid, com antigos adversários como Ronaldinho Gaúcho e muitos mais. E estar com outros que conheci em anteriores convívios. Foi muito bom. Relembrámos maravilhosos momentos», sublinhou José Peseiro, que elogia também os jogadores atuais. «Falar com os mais novos e ouvi-los partilhar as suas histórias. Vinícius, Dybala, João Félix, Éder Militão, etc. Foi muito bom até porque estivemos todos juntos dois dias.  São momentos únicos», reforçou. «Muitos estavam com as famílias e aproveitaram para levar os filhos à Disney», acrescentou.


O técnico abordou também o amigável. «Foram momentos agradáveis. Os jogadores atuaram sem stress e medo de errar, colocando em prática a fantasia e a critividade. Foi muito bonito ainda o entusiasmo das pessoas. Há muito mais aproximidade entre o jogador e público», realçou José Peseiro.