«Tenho coração de mãe, mas há limites»: Abel admite processar diretor do São Paulo
Abel Ferreira, treinador do Palmeiras (IMAGO / Fotoarena)

«Tenho coração de mãe, mas há limites»: Abel admite processar diretor do São Paulo

INTERNACIONAL10.03.202408:33

Ofensas ocorreram no úlitimo fim de semana; «tenho coração grande e perdoo tudo, mas...»; «nem nos treinos eu apito», defende-se

Depois da vitória do Palmeiras sobre o Botafogo SP no Paulistão, Abel Ferreira abordou a polémica da semana depois do jogo com o São Paulo, em que foi insultado pelo diretor para o futebol, e o clube já tinha assumido a sua defesa acusando o rival de xenofobia.

Exaltado, Carlos Belmonte disse que Abel controlava os árbitros e apelidou-o de «português de m….».

«A instituição São Paulo merece todo o respeito e não vou dizer muito mais do que isso, porque o futebol brasileiro e os clubes brasileiros são muito maiores do que cada um de nós, são muito maiores do que nosso ego», começou por dizer.

 «Em 90 minutos eu sou intenso, quero que minha equipa ganhe, mas fora disso o meu coração é como o coração de mãe, perdoa tudo e cabe sempre mais um. Mas há limites, disse, admitindo um processo: «Não sei vou processar. Há limites para tudo e na altura certa vocês saberão.»

 «Vocês encontram bem os meus defeitos, se falarem com a minha mulher é fácil. Mas procuro dar o melhor que sei. O resto deixo para vocês, todas essas declarações, comentários, desde que cheguei, eles são publicas, é muito fácil de ver. Quero viver minha vida com lado positivo, com intensidade, com as pessoas que eu gosto e no meu trabalho olhar as pessoas de frente e sei: não sou perfeito. Mas como não gosto de fugir às questões, acho que não vale combater ódio com ódio», referiu.

 Depois dos incidentes a presidente Leila Pereira disse que o dirigente não era bem vindo nas instalações do clube e colocou a equipa de advogados do clube ao seu dispor caso quisesse colocar um processo, algo que depende da sua vontade. «Quando infrinjo as regras, o tribunal comigo tem sido muito rigoroso. Eu não espero dar mais trabalho, já disse à Leila que pode despedir o advogado, não precisa de me defender mais. Mas espero que o tratamento para mim seja igual para o outro», disse.

«Nem nos treinos eu apito»

«Eu não conheço esse senhor (Belmonte), nunca falei com ele, se calhar é uma pessoa espetacular, entendo o calor do jogo, porque quando chutei o microfone ninguém quis saber porque e não fui o único. Há treinadores que apontam o dedo à cara dos árbitros, já fui punido, castigado e cumpri por isso. Este ano só vi um amarelo, nem nos treinos eu apito, é o João Martins. Ninguém quis saber que aos 94 minutos, numa final, houve um canto claro a nosso favor e o árbitro não viu. Eu sou humano, tenho emoções e no calor do jogo... Eu entendo essas emoções», disse ainda.

Para já, o Tribunal de Justiça Desportiva já entrou com denúncias contra o dirigente e alguns jogadores.